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Líder do Partido Popular da Espanha, Mariano Rajoy, reage durante campanha em Santander | REUTERS/Nacho Cubero
Líder do Partido Popular da Espanha, Mariano Rajoy, reage durante campanha em Santander| Foto: REUTERS/Nacho Cubero

A irritação dos eleitores com a situação econômica da Espanha provavelmente levará o Partido Popular de centro-direita para uma vitória eleitoral no domingo, dando-lhe mandato expressivo para cortar gastos públicos e tentar resgatar o país da crise da zona do euro.

Os socialistas, no poder há sete anos, estão prestes a se tornar a mais recente vítima política da crise econômica da Europa, já que os eleitores devem castigá-los por não consertarem a economia e reduzirem a taxa de desemprego, a pior da União Europeia.

Os vizinhos da Espanha na chamada periferia da zona do euro - Grécia, Irlanda, Itália e Portugal - substituíram seus líderes à medida que a crise no bloco se aprofundou.

O Partido Popular, liderado por Mariano Rajoy, tem uma vantagem de mais de 17 pontos sobre o socialista Alfredo Pérez Rubalcaba e caminha para a vitória com a margem mais ampla já alcançada pelos conservadores desde o retorno do país para a democracia no fim dos anos 1970, depois do término da ditadura do general Francisco Franco.

Com a Espanha deslizando para uma recessão econômica, a agonia com o desemprego domina a campanha, bem como o medo de que o país vá sucumbir à crise de dívida da Europa, que já elevou os custos de empréstimo do governo para níveis perigosamente elevados.

"Eu não sei se Rajoy será capaz de consertar as coisas, é tão confuso, mas as coisas não podem ficar piores para mim. Se não fosse por meus pais me ajudarem, eu seria um vagabundo na rua agora, é humilhante", disse o motorista de caminhão desempregado Fernando García, 40 anos, que planeja votar no Partido Popular.

Um em cada cinco trabalhadores espanhóis está desempregado. Em 1,4 milhão de domicílios ninguém tem um emprego formal. E um milhão de famílias correm o risco de despejo, depois de atrasarem os pagamentos de suas casas, segundo o grupo Associação de Usuários de Bancos.

Rajoy, 56 anos, ex-ministro do Interior, não é muito amado pelos espanhóis, mas é visto como um melhor administrador para a economia do que Rubalcaba, 60 anos, ex-professor de química com gestos de mão hipnóticos, que é também ex-ministro do Interior.

Desde maio, jovens espanhóis do movimento "Indignados" têm feito manifestações em praça pública contra os dois partidos principais, dizendo que suas políticas beneficiam os ricos e o status quo em um momento de crescente pobreza.

Rajoy calcula que os protestos não são grandes o suficiente para bloquear reformas agressivas, tais como facilitar para as empresas as contratações e as demissões, reduzir impostos para empresas e cortar gastos de ajuda ao desenvolvimento, a órgãos públicos de radiodifusão e outros.

A previsão é que ele terá um mandato forte, com seu partido controlando bem mais do que as 176 cadeiras necessárias para ter maioria na Câmara Baixa, além da maioria das 17 regiões autônomas da Espanha e a maioria das prefeituras, incluindo todas as grandes cidades.

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