Vulcão
Monte Merapi volta a entrar em erupção na ilha de Java
O vulcão Monte Merapi, na ilha de Java, voltou a entrar em erupção, informaram funcionários da Indonésia ontem, mas até o momento não foram registradas novas vítimas. Na terça-feira, uma erupção do vulcão matou 33 pessoas.
Situado a cerca de 1.300 quilômetros a Leste do local onde o tsunami causou mais destruição, na ilha de Java, o Monte Merapi entrou novamente em erupção por volta das 16h30 (hora local), expelindo colunas de cinza quente, informou o vulcanólogo Subandriyo. Não está claro se a atividade é o sinal de que uma outra grande explosão vá acontecer.
A maioria dos 40 mil moradores foi retirada das proximidades da montanha. Autoridades levaram vacas, búfalos e cabras sobreviventes para baixo para evitar que os moradores voltem para casa para ver como eles estão.
Jacarta - As autoridades da Indonésia revisaram ontem para ao menos 376 o número de mortos pelas duas tragédias naturais que abalaram o país nesta semana e indicaram que o vulcão Merapi entrou em erupção novamente. A estimativa é que o saldo final possa alcançar 500 pessoas.
De acordo com as equipes de resgate que trabalham nas ilhas Mentawai, atingidas por um tsunami, o número de mortos subiu para ao menos 343, enquanto somente a erupção do vulcão Merapi, na ilha de Java, já deixa 33 mortos.
É grande ainda o número de desaparecidos. "Mas é provável que dois terços tenham sido arrastados pelo mar", declarou um funcionário do serviço de emergência, Ade Edward. "Sobrevoando a zona, ontem, vimos muitos corpos. Cabeças e pernas que saíam da areia, corpos pendurados em árvores", contou. As buscas se complicam devido ao isolamento das aldeias de pescadores espalhadas pelo litoral das Mentawai um conjunto de ilhas em frente a Sumatra.
Um sistema sofisticado e caro de alerta foi instalado ao longo da costa de Sumatra após o terrível tsunami de dezembro de 2004, que matou mais de 220.000 pessoas em vários países asiáticos. Mas as autoridades reconhecem que o sistema não está disponível nas ilhas Mentawai, onde muitos vilarejos não contam com energia elétrica.
O presidente indonésio Susilo Bambang Yudhoyono visitou o local ontem para confortar os sobreviventes e supervisionar a chegada de comida, água e medicamentos. O material de socorro e ajuda começou a chegar às zonas mais afetadas das ilhas Mentawai, três dias depois do terremoto seguido por tsunami.
Avião
Para piorar a crise, ao menos três agentes da polícia da Indonésia morreram ontem e outros dois estão desaparecidos após a queda de um avião que havia acabado de entregar ajuda humanitária aos afetados pelas inundações na Província de Papua, que ocupa a parte ocidental da ilha de Nova Guiné, informaram fontes policiais.
Os corpos dos três agentes foram encontrados em estado irreconhecível pelas equipes de resgate, que agora empreendem buscas pelos outros dois policiais em Wami, na cidade de Nabire.
O avião, um monoplano Skytruck de dois turboélices, havia reabastecido no aeroporto de Nabire e retornava a Jacarta na quarta-feira quando se chocou contra uma árvore durante uma aterrissagem forçada.
O porta-voz da Polícia Nacional, Iskandar Hassan, explicou à imprensa que localizaram os restos da aeronave na manhã de ontem graças aos aldeães do lugar e culpou o mau tempo pelo acidente.
Mais de cem pessoas já morreram nas inundações de Papua desde o início de outubro.
Um navio com alimentos, água e remédios chegou a Sikakap, na ilha de Pagai do Norte, onde a falta de estradas em bom estado e os problemas de comunicação prejudicam muito as operações de emergência. No porto, centenas de habitantes eram atendidos, sobretudo por ferimentos provocados pela passagem das sucessivas ondas gigantes que avanaçaram até 600 metros terra adentro. Todos os moradores relatavam a brutalidade da catástrofe.