A ajuda para os sobreviventes do terremoto que deixou mais de cinco mil mortos na Indonésia começou a chegar lentamente, nesta segunda-feira, à ilha de Java, onde há milhares de desabrigados.

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Muitos sobreviventes feridos, que tiveram suas casas destruídas pelo tremor, passaram a noite de domingo debaixo da chuva em abrigos improvisados em pátios de hospitais e de mesquitas. O número oficial de mortos no terremoto de magnitude 6,3 chegou a 5.136 na segunda-feira.

O governo afirma que o número de feridos é de 2.155, mas a UNICEF, a agência da ONU para a infância, disse que há 20 mil feridos e mais de 130 mil desabrigados, sendo 40% crianças.

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Muitas listas de mortos mostram números desproporcionais de crianças e idosos, porque muitos deles tiveram dificuldades para fugir das casas durante o tremor. Muitos sobreviventes ainda não se recuperaram do choque da destruição.

- Ainda estou traumatizado, principalmente por causa da chuva de ontem - disse Sartoyo, que chegou ao principal hospital de Yogyakarta a partir de uma aldeia da região. - Ouvi que a ajuda está a caminho". "Precisamos muito de barracas, por favor escreva isso. Não nos abandonem.

O governo e agências de ajuda concordam que o abrigo em forma de barracas é a principal prioridade, junto com água potável e alimentos.

O secretário da província de Yogyakarta, Bambang Susanto Priyohadi, disse que o ritmo da ajuda precisa ser acelerado.

- A ajuda da ONU chegou na última noite. Mas, quando verifiquei nesta manhã, a quantidade é muito pequena - disse. - Precisamos de pelo menos cinco mil barracas. No momento temos menos de cem.

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Priyohadi disse que a retirada dos mortos é outra prioridade.

- Já passaram dois dias e os corpos provavelmente estão se decompondo e se não forem retirados das áreas povoadas, eles podem tornar-se fonte de doenças - alertou.

O porta-voz da UNICEF em Bantul, John Budd, disse à Reuters que começaram a chegar suprimentos de emergência em forma de milhares de pacotes pessoais de saúde e higiene, além de carregamentos de água.

O Programa Mundial de Alimentação da ONU disse que começou a distribuir 30 toneladas de biscoitos vitaminados, suficientes para alimentar 20 mil pessoas durante sete dias.

Depois de uma reunião de gabinete no final do domingo, o vice-presidente Jusuf Kalla estimou os custos de ajuda e reconstrução em cerca de US$ 107 milhões e disse que o governo pretende completar as obras dentro de um ano.

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Kalla disse que o terremoto danificou instalações de energia e deixou dezenas de milhares de pessoas em eletricidade.

O trabalho de entrega de ajuda é difícil porque a região do desastre tem centenas de quilômetros quadrados de campos de arroz, montanhas e aldeias.

Bachtiar Chamsyah, ministro do trabalho social, pediu compreensão.

- Eu já disse que a área destruída pelo terremoto é muito grande. Precisamos de tempo.

Já estão chegando ao aeroporto de Yogyakarta vôos com ajuda e sacos para corpos.

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O terremoto aumentou a chance de erupção do Monte Merapi, vulcão que há semanas vem emitindo lava quente e gases altamente tóxicos.