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Pena de Morte

Indonésia programa mais execuções e diz que não há clemência para traficantes

Antes da execução por fuzilamento deMarco Archer Cardoso Moreira, de 53 anos, condenado na Indonésia por tráfico de drogas, o procurador-geral do país,Praseyto, disse que em 30 de dezembro foram negados os pedidos de clemência para seis condenados a morte -um indonésio, um holandês, dois nigerianos e um vietnamita, além do brasileiro, todos punidos pelo mesmo crime.

"Isto enviará uma mensagem aos membros dos sindicatos da droga. Não há clemência para os traficantes", afirmou o procurador-geral.

Archer foi executado por volta das 0h45 de domingo (15h45 de sábado no horário de Brasília) por um pelotão de fuzilamento junto a outros cinco condenados na penitenciária de Nusakambangan, na ilha de Java, informou a emissora "TV ONE".

As execuções de hoje foram as primeiras de 20 que estão programadas para este ano. Em 2014, nenhum preso foi executado no país. Archer foi morto apesar dos pedidos de clemência da presidente Dilma Rousseff.

Na sexta-feira (16),Dilmaconversou por telefone com o presidente da Indonésia,Joko Widodo, e fez o pedido de perdão. Archer foi preso em 2003 no aeroporto de Jacarta tentando entrar no país com 13,4 quilos de cocaína escondidos em sua asa-delta. Ele conseguiu fugir, mas foi preso dias depois.

Widodo afirmou que não poderia acatar o pedido de Dilma pois a condenação do brasileiro cumpriu todos os processos legais.

A Anistia Internacional (AI) defendeu uma moratória da pena de morte no país. Widodo, que tomou posse do cargo em outubro do ano passado, era considerado por muitos ativistas como uma esperança de uma mudança no país.

"O novo governo indonésio jurou o cargo com a promessa de melhorar o respeito aos direitos humanos, mas proceder com estas execuções seria um movimento regressivo", disse o diretor da AI na Ásia, Rupert Abbott.

Várias organizações locais de apoio aos dependentes de drogas pediram em uma carta o adiamento das execuções.

Um dos signatários, o fundador de Fortalecimento e Ação pela Justiça, Rudhy Wedhasmara, disse que a solução para o tráfico não é a pena de morte, cujas vítimas "são pessoas em uma posição frágil e vulnerável, e não os chefes das redes de tráfico".

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