Após o Exército indonésio ter anunciado que as buscas pelos corpos das vítimas do acidente com o Airbus da AirAsia haviam sido suspensas, a Indonésia voltou atrás nesta quarta-feira (28) e assegurou que continuará procurando pelos 92 corpos que seguem desaparecidos no mar de Java.
O chefe da Agência Nacional de Busca e Resgate da Indonésia (Basarnas), Sambang Soelistyo, indicou aos jornais de Jacarta que os trabalhos prosseguirão mesmo sem ajuda militar, informa o jornal de Cingapura "The Straits Times".
"Alguns barcos da Basarnas voltaram ao porto por motivos de manutenção, mas não há razão para que a missão termine", disse Soelistyo. "A operação não acabará a menos que recebamos novas instruções do presidente Joko Widodo", completou.
Na terça, as Forças Armadas da Indonésia haviam anunciado que, após um mês de buscas, as operações estavam suspensas. O contra-almirante Widodo havia anunciado a retirada dos efetivos que nos últimos dias tentavam, sem êxito, trazer a fuselagem da aeronave para a superfície. "Pedimos desculpas às famílias das vítimas. Fizemos o que pudemos para encontrar os corpos desaparecidos", disse Widodo.
Até agora, 70 cádaveres foram recuperados. As caixas-pretas também foram encontradas, e as equipes devem apresentar nesta quarta um relatório preliminar sobre seu conteúdo, que é importante para determinar o que exatamente se passou dentro do avião.
Queda
O voo QZ8501 decolou da cidade de Surabaia às 5h20 locais do dia 28 de dezembro de 2014 e deveria chegar a Cingapura duas horas depois, mas caiu no mar de Java após 40 minutos de voo.
O piloto chamou a torre de controle na Indonésia quando sobrevoava o mar de Java pelo sul de Bornéu e solicitou permissão para virar à esquerda e subir desde 32 mil pés de altitude até os 38 mil para fugir de uma tempestade. A permissão foi negada, já que havia outra aeronave nas coordenadas pedidas pelo piloto. Entretanto, a torre autorizou que o voo subisse para os 34 mil pés instantes depois, mas não conseguiu mais contato com a aeronave.
O Airbus 320-200 transportava três sul-coreanos, um britânico, um francês, um malaio, um cidadão de Cingapura e 155 indonésios, entre passageiros e uma tripulação de sete pessoas.