Dezenas de indonésios voltaram a suas casas, por um curto período de tempo, em vilas nas encostas da Montanha Merapi, neste domingo. Eles retornaram apesar da ordem oficial para que se retirassem da área, por causa do receio de que o perigoso vulcão possa entrar em erupção.
A Indonésia soltou um alerta máximo sobre o Merapi, alerta também conhecido como código vermelho ou situação perigo, no sábado, embora especialistas digam que não há como prever quando ocorrerá a erupção.
Nuvens densas de um cinza escuro saíam periodicamente da cratera neste domingo, mas não havia nenhum sinal visível de lava quente. O Merapi é um dos vulcões mais ameaçadores do chamado "Anel de Fogo", no Pacífico.
Os desesperados habitantes dos vilarejos pobres deixaram os abrigos e se aglomeraram em caminhões um dia depois das autoridades ordenarem a retirada compulsória de milhares de moradores das encostas férteis do Merapi.
- Claro que estou com medo, mas é minha responsabilidade tirar o leite e cortar a grama - afirmou Asmo, um idoso, ao lado de um caminhão, perto de um abrigo na vila Purwobinagun.
Merapi significa montanha de fogo. Nos últimos dias, ocasionalmente, o vulcão tem soltado a lava laranja.
Segundo especialistas, o alerta máximo significa que o vulcão pode entrar em erupção em 24 horas.
O chefe de um centro de pesquisas vulcânicas em Yogyakarta declarou que um cume de lava já se formou na cratera do Merapi, mas afirmou ser difícil prever quando tudo transbordaria. A massa de lava poderia também retrair-se gradualmente.
- Se o cume de lava vier, vai causar uma nova catástrofe - afirmou à imprensa Ratmono Purbo, chefe do centro de pesquisas.
Erupções do Merapi já causaram 70 mortes em 1994 e 1.300 em 1930.
Apesar dos alertas, os habitantes das vilas afirmaram que não tinham escolha e que precisavam passar algumas horas em casa para executar os afazeres diários.
Autoridades retiraram mais de 5.000 pessoas de áreas próximas ao vulcão, as levando para abrigos em locais seguros.
As autoridades afirmaram que é difícil impedir as pessoas de irem às suas casas.
- Não estamos fazendo nenhuma concessão, mas não podemos ser autoritários. Então, permitimos que alguns moradores fossem às suas casas, mas por um período curto somente. Eles estão só cuidando dos seus pertences - declarou um dos comandantes da Defesa Civil.