As empresas de laticínios chinesas que venderam leite em pó contaminado por melamina disseram estar prontas para indenizar as famílias de aproximadamente 300 mil crianças que adoeceram ou morreram em conseqüência da ingestão do leite, informou neste sábado (27) a agência de notícias estatal chinesa Xinhua. As 22 empresas farão pagamento à vista e em única parcela às famílias das vítimas, anunciou a Associação da Indústria de Laticínios da China, sem revelar o montante. "O dinheiro para a indenização está disponível agora e em breve será dado aos responsáveis das crianças doentes", anunciou a associação, que também não especificou uma data para a entrega dos recursos.
Em um dos piores escândalos envolvendo segurança alimentar na China, pelo menos seis bebês morreram e cerca de 294 mil crianças tiveram problemas nos rins e urinários por ingerir leite em pó contaminado pelo produto químico. A crise deixou evidente uma prática amplamente utilizada entre os fornecedores de leite às empresas de laticínio de acrescentar água ao leite adquirido dos fazendeiros e adicionar melamina para, artificialmente, potencializar os níveis de proteína.
A agência de notícias não especifica quais companhias estão envolvidas, mas sabe-se que entre elas estão as maiores empresas do segmento, como o grupo Sanlu, o Mengniu Dairy, Bright Dairy e o grupo Yili Industrial. O Sanlu, no centro do escândalo, declarou concordata recentemente de uma dívida líquida de cerca de US$ 160 milhões.
A associação disse que as 22 companhias estabeleceram um fundo de caixa extra para cobertura de despesas médicas com futuros problemas de saúde que as crianças contaminadas possam apresentar, disse a Xinhua. Até o final de novembro, 861 bebês permaneciam hospitalizados, segundo a agência de notícias estatal. Ontem, foram abertos os primeiros processos judiciais associados à contaminação.