Cerca de 33,4 milhões de pessoas em todo o mundo estão infectadas pelo vírus da Aids, em comparação com os 33 milhões de 2007, mas um número maior de pessoas vive por mais tempo com a doença em razão da disponibilização de medicamentos, de acordo com um relatório da Organização das Nações Unidas (ONU).
No entanto, mais da metade das pessoas que precisam dos remédios não tem acesso a eles, segundo a atualização da epidemia de Aids de 2009, lançada nesta terça-feira em Xangai pela Organização Mundial da Saúde (ONU) e pelo Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids).
Os chamados coquetéis são capazes de controlar o HIV, mas não há cura.
O diretor-executivo do Unaids, Michel Sidibe, disse à Reuters numa entrevista em Xangai que os avanços na prevenção do HIV e no tratamento ainda são muito desiguais.
"O maior problema que enfrentamos hoje é a desigualdade. É muito importante que não continuemos a ter 400 mil bebês nascendo com o HIV na África todos os anos", afirmou Sidibe.
"Isso é algo que o mundo pode resolver. É por isso que pedimos pela eliminação quase total da transmissão de mãe para filho até 2015."
Teguest Guerma, diretor-adjunto do departamento de HIV/Aids da OMS, disse num comunicado à imprensa simultâneo em Genebra que, embora mais de 4 milhões de pessoas recebessem tratamentos contra o HIV no final de 2008, em comparação com os 3 milhões do final de 2007, uma quantidade ainda maior de pessoas não os recebia.
"Mais de 5 milhões de pessoas precisam de tratamento e não o obtêm", afirmou Guerma.
Falando mais tarde à Reuters, Guerma afirmou que drogas de segunda linha ainda custam ao menos 800 dólares por ano nos países de baixa renda.
"Ainda é muito caro...Se (os pacientes) não tem o tratamento de primeira linha, eles precisam mudar para o de segunda. Uma razão pela qual isso não é feito é porque ele não está disponível e custa muito caro. Os países não estão comprando", afirmou Guerma.
No geral, entretanto, a epidemia parece estar se estabilizando, afirmou Paul De Lay, vice-diretor-executivo da Unaids, em Genebra.
"Os dados que observamos confirmam isso", afirmou. "É uma combinação de mortes decrescentes, mais pessoas vivendo, somando-se ao número total de infectados e uma redução nas novas infecções."
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