Quase cinco milhões de pessoas contraíram o vírus da Aids, o HIV, ao longo de 2005, um dos maiores saltos desde que os casos começaram a ser registrados, em 1981. O número de pessoas vivendo com HIV agora é estimado em 40,3 milhões - o mais alto já calculado.

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Mas há também trouxe boas notícias. Os países que investiram em uma mudança de comportamento sexual - leia-se maior uso de preservativos, iniciação sexual mais tardia e menos parceiros - apresentaram de fato uma redução no número de infecção pela doença.

Quênia, Zimbábue e algumas nações da região do Caribe são alguns dos que têm registrado uma queda na prevalência de HIV nos últimos anos.

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No Quênia, por exemplo, a porcentagem de adultos infectados passou de 10%, registrados em 1999, para 7%. Entre as mulheres grávidas, a porcentagem passou de 23%, em 2003, para 21% em 2004.

Os dados são parte do relatório anual da Unaids, organização da ONU para combate à doença. As 4,9 milhões de novas infecções foram insufladas pela epidemia ainda devastadora na África Subsaariana e por um crescimento repentino da doença em países da antiga União Soviética e do Leste da Europa.

"Apesar dos progressos num grupo pequeno mas crescente de países, a epidemia de Aids continua superando os esforços globais para contê-la", diz o documento.

Mais de 3,1 milhões de pessoas morreram de Aids neste ano, inclusive 570 mil crianças - muito mais do que o total de vítimas fatais deixadas por desastres naturais desde o tsunami de dezembro na Ásia.

A África do Sul - o país mais afetado, com mais de cinco milhões de casos - e seus vizinhos continuam sendo os lugares que mais sofrem com a epidemia.

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Em 2005, segundo o relatório, o índice de infecção entre as grávidas chegou a 29,5%, e as mortes de pessoas com idades de 25 a 44 anos mais do que dobraram.

Botsuana, Lesoto, Namíbia e Suazilândia também têm altas taxas de infecção entre grávidas - mais de 30% -, porém dão sinais de que as taxas de crescimento estão se estabilizando.

Cerca de 25,8 milhões de soropositivos, ou 64% do total mundial, vivem na África subsaariana.

A Unaids disse que o número de mulheres soropositivas atingiu 17,5 milhões neste ano, mais de um milhão a mais do que em 2003.

- Em muitos países, o casamento e a própria fidelidade das mulheres não bastam para protegê-las - disse o relatório, acrescentando que na Índia - com 5,1 milhões de soropositivos - muitas mulheres estão sendo contaminadas por maridos que mantiveram relações com prostitutas.

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No Leste Europeu, na Ásia Central e na Rússia, as infecções estão crescendo devido ao sexo desprotegido, depois de um impulso inicial dado pelo uso de drogas injetáveis.

O relatório diz que 1,6 milhão de pessoas vivem com o HIV em 2005 na região, um aumento de 300 mil em relação a 2003. Nesse período, o número de mortes saltou de 36 mil para 62 mil.

Mas a perspectiva de acesso a medicamentos anti-retrovirais para as populações de países pobres parece melhorar.

- Por causa da recente ampliação do tratamento desde o fim de 2003, entre 250 mil e 350 mil mortes foram evitadas em 2005 - diz o relatório, acrescentando que em países como Brasil, Argentina, Cuba e Chile a cobertura do tratamento supera 80%.

Mas o texto acrescenta que muitos soropositivos estão de fora. Apenas um em cada dez africanos e um em cada sete asiáticos que precisam de anti-retrovirais de fato os recebem.

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Na Ásia, o aumento de 1,2 milhão desde 2003 eleva o total de caos a 8,3 milhões. Vietnã e Paquistão são países em que há condições para uma rápida expansão da epidemia.

Duas décadas depois do começo da epidemia, o relatório diz que em muitas partes do mundo, inclusive no sul da África, o grau de informação sobre a transmissão do HIV continua sendo assustadoramente baixo.