A inflação ainda é um grande risco global e bancos centrais ao redor do mundo devem permanecer ''muito, muito alertas'' à questão, afirmou o presidente do Banco Central Europeu, Jean-Claude Trichet neste sábado.
``Nós partimos do princípio que os bancos centrais ao redor do mundo estão fazendo seu trabalho. É verdade que temos credibilidade nessa esfera'', afirmou Trichet em um painel de discussão na reunião do Fórum Econômico Mundial em Davos.
``Temos que permanecer muito, muito alertas. Esse (inflação) é um grande risco global'', disse.
Trichet também alertou para riscos advindos do fracasso das negociações comerciais de Doha, de mudanças potenciais nos preços de petróleo e de um desenrolar desordenado dos desequilíbrios econômicos globais.
``(No comércio), nós não somos fortalezas. Somos abertos. É um risco muito grande, e claro que defendemos o sucesso das negociações (de Doha)'', afirmou Trichet. ``A questão do petróleo, que ainda está aí, continua sendo um grande risco, e certamente também o desenrolar desordenado de desequilíbrios globais.''
Questionado sobre o câmbio, Trichet disse que referendaria a última declaração feita pelo G7 -grupo dos sete países mais industrializados do mundo- de que volatilidade excessiva e mudanças desordenadas em taxas de câmbio não são bem-vindas.
Trichet também disse que a economia da zona do euro estava indo melhor do que o esperado, mas defendeu a realização de reformas estruturais.
``Nós tivemos um ano muito bom no ano passado. Nós provavelmente estamos perto do potencial (de crescimento econômico) neste presente ano, que provavelmente é ao redor de 2 por cento, talvez mais de 2 por cento, o que é acima do nosso potencial'', afirmou.
``Nós temos muito a fazer em termos de aperfeiçoar nossa produtividade e isso exige mais reformas estruturais'', acrescentou Trichet.