Confirmando as expectativas de analistas privados, a Argentina teve uma grande aceleração na inflação em agosto, mês em que o governo promoveu uma forte desvalorização do peso ante o dólar.
Segundo números divulgados nesta quarta-feira (13) pelo Instituto Nacional de Estatística e Censos (Indec), a variação média dos preços no mês passado foi de 12,4%, a maior desde 1991. O índice é praticamente o dobro do registrado em julho, quando a inflação mensal foi de 6,3%.
A inflação em 12 meses subiu para 124,4%, após ficar em 113,4% em julho. Em agosto, após a vitória do libertário Javier Milei nas primárias para a eleição presidencial (que será realizada em outubro), o ministro da Economia e candidato do governo à Casa Rosada, Sergio Massa, desvalorizou em 22% o peso.
Em agosto, as maiores variações mensais de preços foram registradas nos setores de alimentação e bebidas não alcoólicas (15,6%), saúde (15,3%) e equipamentos e manutenção doméstica (14,1%).
“É o número que resume a tragédia que Massa e o kirchnerismo nos deixam”, disse a candidata presidencial de centro-direita Patricia Bullrich, em referência à inflação mensal de agosto, em declaração publicada pelo jornal Clarín. Milei ainda não se pronunciou sobre o assunto.
Sergio Massa, segundo reportagem do La Nacion, culpou o Fundo Monetário Internacional (FMI), com quem a Argentina renegociou sua dívida recentemente, pelo índice de agosto.
“Agosto foi um dos piores meses do processo econômico dos últimos 30 anos, produto de uma imposição do Fundo Monetário Internacional, que de alguma forma atinge enormemente a nossa economia, que é a imposição da desvalorização [cambial] mais o imposto PAIS [Imposto por uma Argentina Inclusiva e Solidária] como um mecanismo de garantia que o fundo planeja para a sua cobrança, para a sua percepção”, disse o ministro.