Enquanto a população cubana sofre com a escassez de alimentos, o ditador do país, Miguel Díaz-Canel, exibe uma proeminente pança ao lado do ex-ditador Raúl Castro, durante comemoração do dia 1º de maio, em Havana.| Foto: EFE/ Ernesto Mastrascusa
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O ditador de Cuba, Miguel Díaz-Canel, reconheceu o cenário econômico "extraordinariamente complexo" que o país vem atravessando nos últimos anos, o que gerou "insatisfação" entre a população, segundo informou a imprensa oficial nesta quarta-feira (24).

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Díaz-Canel, que também preside o Partido Comunista de Cuba (PCC, único legal no país), admitiu durante a 6ª sessão plenária da legenda que "nos últimos meses várias situações se tornaram mais complexas, como os problemas com a geração de eletricidade e o déficit de combustível".

“Refiro-me a estados de opinião do povo que refletem a insatisfação com o que estamos fazendo e fizemos, com as medidas e a maneira como estão sendo implementadas", segundo versão de seu discurso noticiado pela presidência.

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Grave crise econômica

Cuba está passando por uma grave crise econômica, que vem se agravando nos últimos três anos e se reflete na escassez de alimentos, remédios e combustível, na dolarização parcial da economia, na desvalorização do peso cubano, nos frequentes apagões e no aumento acelerado dos preços.

Os efeitos da pandemia, o aumento das sanções dos EUA e as falhas na política macroeconômica nacional são consideradas as principais causas dessa crise, que está alimentando a migração - principalmente para os Estados Unidos - e o descontentamento social.

O ministro da Economia, Alejandro Gil, reconheceu "a falta dos resultados esperados e necessários na produção nacional e nas exportações de bens e serviços, investimento estrangeiro e eficiência no processo de investimento".

Gil disse na reunião do PCC que tem sido "complexo se atingir a estabilização macroeconômica".

Ele citou "a inflação alta, a distorção de preços, a perda do poder de compra dos salários e pensões, além da desvalorização da moeda na taxa de câmbio informal".

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Inflação de até 500%

A sessão plenária do Comitê Central, o mais alto órgão de direção do partido, foi realizada no dia anterior no Palácio da Revolução.

Durante a reunião, o secretário de organização do PCC, Roberto Morales, também falou sobre a "dolarização parcial da economia cubana e a desvalorização da moeda nacional", entre outros "problemas".

A inflação anual no mercado formal de Cuba foi de 39,07% em 2022, de acordo com dados do Escritório Nacional de Estatística e Informação.

Esse órgão não coleta dados sobre a alta no mercado informal de Cuba, onde alguns preços de produtos básicos chegaram a triplicar nos últimos 12 meses.

Algumas estimativas indicam que a inflação no mercado informal foi de cerca de 500% em 2021.

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Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]