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Sem controle

Inflação interanual fica em 113,4% na Argentina e deve acelerar com desvalorização cambial

Inflação mensal na Argentina voltou a aumentar após dois meses de quedas tímidas e analistas projetam taxas de dois dígitos após a forte desvalorização do peso argentino na segunda-feira (Foto: EFE/Enrique García Medina)

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O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) na Argentina ficou em 113,4% em julho no acumulado em 12 meses, segundo informou nesta terça-feira (15) o Instituto Nacional de Estatísticas e Censos (Indec), num cenário em que analistas projetam uma aceleração ainda maior a partir de agosto.

No sétimo mês do ano, os preços ao consumidor cresceram 6,3% em relação a junho, retomando um pouco o ímpeto após as tímidas desacelerações em maio (7,8%) e junho (6%) – a variação mensal havia sido de 8,4% em abril.

Entre as altas registradas em julho, destacam-se as dos serviços de comunicações (12,2%), em decorrência do aumento das tarifas dos serviços de telefonia e internet. Em seguida, aparecem recreação e cultura (11,2%), devido principalmente aos aumentos nos pacotes turísticos para as férias de inverno, e bebidas alcoólicas e tabaco (9%).

Nos primeiros sete meses do ano, a inflação acumulou alta de 60,2%. No ano passado, os preços ao consumidor haviam acumulado uma alta de 94,8%, com notável aceleração frente à taxa de 50,9% registrada em 2021.

Devido à forte desvalorização do peso argentino registrada na segunda-feira (14) após a vitória do libertário Javier Milei nas primárias das eleições presidenciais, analistas já projetam que os números de agosto e setembro devem passar dos dois dígitos na variação mensal.

A consultoria EcoGo estimou ao jornal La Nacion que a inflação deve ser de 11% neste mês, com setembro chegando a 13%. Gabriel Caamaño Gómez, diretor da consultoria Ledesma, recalculou a alta em agosto para 11% - antes da desvalorização cambial, sua projeção era de 8,5%. Para setembro, o analista também estimou inflação de dois dígitos. Já a consultoria LCG prevê alta de 14% em agosto e de 12% em setembro.

“Em julho, você pode ver o início de uma leve aceleração”, disse Lorenzo Sigaut Gravina, da consultoria Equilibra, ao La Nacion. “Mas o mais interessante será visto em agosto e setembro, devido à forte desvalorização do câmbio [paralelo] e oficial. O aumento será distribuído nesses dois meses”, projetou. (Com Agência EFE)

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