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Investigação

Informe da CIA critica ex-diretor por falhas que não evitaram o 11/9

Uma investigação da CIA pediu ao ex-diretor George Tenet e a outros altos funcionários da agência a que respondam por suas "falhas de liderança e prevenção" antes dos ataques de 11 de setembro de 2001, segundo um relatório publicado na terça-feira (21).

O inspetor-geral da CIA recomendou, em junho de 2005, a instauração de uma comissão investigadora que considerasse sanções disciplinares contra Tenet e outros altos funcionários por erros cometidos, proposta que foi rejeitada pelo então diretor da agência de inteligência americana, Porter Goss.

Michael Hayden, o atual diretor da CIA, disse no relatório que não há razão para não seguir as recomendações do inspetor-geral.

O informe concluiu que Tenet errou em sua estratégia para enfrentar a al-Qaeda antes dos ataques de 11 de setembro e em não otimizar os recursos para fazer com que suas autoridades lutassem contra o terrorismo, tema que tinha considerado como prioritário.

"Tenet, devido a sua posição, é o principal responsável pelo fato de que nenhum plano estratégico tenha sido criado, apesar da ordem específica para que isso fosse feito", disse o informe.

Tenet emitiu um comunicado no qual qualifica as conclusões do informe como um "erro absoluto".

Questionados

Além de Tenet, o inspetor-geral da CIA atribui responsabilidades ao diretor executivo do organismo, AB 'Buzzy' Krongard, ao ex-subdiretor de operações Jim Pavitt, e ao ex-chefe antiterrorista Cofer Black, além de outras quatro pessoas não identificadas.

Os ex-responsáveis pela inteligência americana foram questionados por não terem dedicado todos os recursos disponíveis à luta antiterrorista e por terem desviado parte do orçamento destinado a este fim para outras atividades.

Assim, o chefe antiterrorista é criticado porque uma unidade que deveria estar disponível para seguir as atividades do líder da al-Qaeda, Osama Bin Laden, esteve saturada com outras tarefas e não contou com a preparação necessária.

Segundo o informe, a falta de coordenação entre os distintos organismos explica que Jalil Sheik Mohammed poderia desempenhar o papel que teve como cérebro dos atentados.

Em um comunicado, o atual diretor da CIA, Michael Hayden, disse que "esta inteligência não era volumosa e que seu significado era mais fácil de entender em retrospectiva, mas era óbvia inclusive antes de 11 de setembro, porque inclui a acusação de que Jalid Sheik Mohammed estava enviando terroristas aos Estados Unidos para ajudar às atividades de Bin Laden".

O informe também denuncia que a CIA e as autoridades judiciais não compartilharam as informações sobre os suspeitos.

Finalmente, o documento lamenta que a agência não tenha sabido ver qual era a estratégia da al-Qaeda, nem a de Bin Laden desde 1993, não tenha previsto a utilização de aviões como armas, tenha subestimado a possibilidade de que os Estados Unidos fossem um alvo e não tenha analisado corretamente as ameaças nos meses que antecederam o 11 de Setembro.

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