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Oriente Médio

Infra-estrutura do Hezbollah é destruída, afirma Olmert, mas combates prosseguem

Guerrilheiros do Hezbollah enfrentaram até 6 mil soldados israelenses em cinco frentes abertas no sul do Líbano nesta quarta-feira, em um claro sinal de escalada do conflito. Enquanto isso, o primeiro-ministro de Israel, Ehud Olmert, promete continuar a ofensiva até a chegada à região de uma força internacional de manutenção de paz.

Ele disse que a infra-estrutura do Hezbollah foi destruída. Mas nesta quarta-feira o grupo atirou 210 foguetes contra o norte do país, número recorde, até agora. Uma pessoa morreu num kibtuz. Um dos mísseis atirados entrou 70 km Israel adentro.

Comandos israelenses transportados por helicópteros capturaram supostos membros do Hezbollah durante a noite na cidade de Baalbek, numa ofensiva apoiada por ataques aéreos que mataram 19 pessoas, entre elas quatro crianças.

Olmert disse em uma entrevista à Reuters que deseja ver uma força internacional com um mandato para aplicar uma resolução da ONU que prevê o desarmamento do Hezbollah. Segundo ele, Israel já destruiu boa parte da capacidade militar do grupo xiita.

- Se de fato, como esperamos, a força internacional for uma força efetiva feita de unidades de combate, então poderemos cessar o fogo quando a força internacional estiver no sul do Líbano - afirmou o premiê.

Indagado se isso significava que Israel continuaria combatendo, ele respondeu:

- Sim.

Israel tenta atingir o Hezbollah ao máximo antes de a diplomacia encontrar um fim para a guerra. A secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, disse que um cessar-fogo pode ser alcançado em dias.

Mas o Conselho de Segurança da ONU ainda precisa chegar a um acordo sobre uma força internacional, e uma fonte diplomática francesa disse que a França não participaria de um encontro de países que poderiam tomar parte nessa força, marcado para quinta-feira em Nova York.

A França vinha sendo apontada como o país que estaria no comando da força, mas Paris quer uma trégua e uma fórmula para um cessar-fogo permanente antes que seus soldados sejam enviados. Sua posição é diferente daquela dos EUA e de Israel, que afirmam que um cessar-fogo só será adotado quando as tropas internacionais estiverem posicionadas.

Israel está dando sinais ambíguos sobre qual será a duração de sua ofensiva no Líbano, mas já enviou milhares de soldados além de sua fronteira à caça de guerrilheiros do Hezbollah.

Fontes de segurança libanesas disseram que havia cinco frentes de batalha no sul do país na quarta-feira. Peças de artilharia israelenses disparavam contra vilarejos fronteiriços enquanto forças encabeçadas por tanques de guerra avançavam. A milícia xiita respondia com morteiros, foguetes antitanque e metralhadoras.

O Hezbollah disse ter destruído quatro tanques e um buldôzer militar. A rádio Israel não se pronunciou sobre isso. E o grupo negou que tenha tido combatentes presos.

Fontes de segurança disseram também que três soldados do Exército libanês morreram num bombardeio israelense.

Há uma guerra de números em curso. Israel fala em centenas de guerrilheiros do Hezbollah mortos. O grupo admite a morte de 43.

A nova onda de violência encerrou uma suspensão parcial nos ataques de Israel. Em três semanas, o conflito já matou pelo menos 646 pessoas no Líbano e 54 em Israel.

O combate em Baalbek, no leste do Líbano, durou quatro horas, após soldados israelenses entrarem num hospital controlado pelo Hezbollah que já havia sido esvaziado.

O Exército de Israel capturou cinco pessoas suspeitas de pertencer ao Hezbollah e voltaram em segurança para sua base. O Hezbollah disse que nenhum de seus militantes foi levado. Esta foi a primeira ofensiva a partir de helicópteros numa parte do Líbano distante da fronteira. Após a retirada dos soldados, bombardeios destruíram o hospital al-Hikman, um edifício de três andares.

Pelo menos 13 civis morreram quando aviões israelenses atingiram Jammaliyeh, um vilarejo perto de Baalbek, onde cinco membros de uma família foram encontrados soterrados sob os escombros de sua casa, de acordo com fontes de segurança. Outra família de cinco pessoas morreu num ataque ao vilarejo de Saath. Um motorista morreu num bombardeio em Hermel, no norte.

Pelo menos três pontes também foram danificadas em ações aéreas israelenses ao norte do vale do Bekaa e no norte do Líbano.

O subcomandante do Exército de Israel, general Moshe Kaplinsky, disse ao diário "The Jerusalem Post" que o Exército trabalha agora segundo um plano que prevê o avanço até o Rio Litani, a cerca de 20 Km da fronteira. As tropas poderiam, porém, avançar além do rio.

Enquanto isso, pelos cálculos libaneses , serão necessários muitos anos e muito dinheiro - US$ 2 bilhões - para a reconstrução do país.

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