A Inglaterra será a anfitriã de negociações sobre o Afeganistão no dia 28 de janeiro, disse o primeiro-ministro Gordon Brown neste sábado (28), poucos dias antes de o presidente americano Barack Obama ampliar seu esforço de guerra no país na semana que vem.
A conferência internacional em Londres será seguida por uma reunião em Cabul e vai abordar como transferir progressivamente o controle da segurança no país para os afegãos, disseram Brown e o secretário geral da ONU, Ban Ki-moon, numa conferência da comunidade britânica em Trinidad e Tobago.
Isso, em tese, permitiria aos países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), reduzir o número de tropas no país num momento em que diminui o apoio público à guerra que já dura oito anos.
As negociações entre Londres e Cabul vão "definir os pârametros para um papel mais significativo dos afegãos na definição do seus destinos," disse Ban.
Brown disse que ele via a necessidade de "transferir ao menos cinco províncias afegãs ao controle central afegão até o fim de 2010."
Apesar de se falar em redução gradual do número de tropas, o foco imediato dos Estados Unidos, da Inglaterra e de seus aliados é de como melhor lutar contra uma insurgência tenaz dos militantes da Al Qaeda e do Taliban. Fala-se inclusive em enviar dezenas de milhares de soldados adicionais para o país.
Para complicar ainda mais a situação há o problema dos esforços do Paquistão para enfrentar os militantes em seu lado da fronteira e a habilidade do presidente Hamid Karzai de lidar com o problema da corrupção e dos interesses geopolíticos da Índia, China, Irã e outros.
Obama falará aos americanos num comunicado televisivo no horário nobre na terça-feira para explicar o caminho para encerrar o conflito e porque os soldados americanos precisam estar no Afeganistão.