A nova etapa da disputa entre a Argentina e a Inglaterra pelo controle das Ilhas Malvinas levou nesta sexta-feira (19) as autoridades inglesas a informar que vão manter a exploração de petróleo na região, iniciando o processo na próxima semana. Porém, a presidente da Argentina, Cristina Kirchner, tenta impedir a ação, determinando que todas as embarcações estrangeiras se submetam à autorização oficial para transitar em águas argentinas.
A Assembleia Legislativa das Malvinas divulgou um comunicado criticando a decisão argentina e mostrando-se surpresa com o decreto. "Essa é uma medida da Argentina para tentar interromper a exploração de petróleo, que deve começar na próxima semana. Não é surpresa para ninguém quando eles se comportam dessa forma. Mesmo assim, é decepcionante quando fazem isso", diz o texto.
Desde o século 19, a Argentina e a Inglaterra disputam o controle sobre as Ilhas Malvinas que desde 1833 estão sob comando inglês. Em 1982, militares dos dois países entraram em conflito, provocando a Guerra das Malvinas. Os argentinos saíram derrotados.
No governo do ex-presidente Néstor Kirchner, que antecedeu o da sua mulher, Cristina Kirchner, houve campanha para retomar o controle da região. Em 1982 houve um confronto armado entre homens da Argentina e da Inglaterra na área.
Na quinta-feira (18) o primeiro-ministro inglês, Gordon Brown, afirmou ter adotado "todas as medidas necessárias" para proteger a soberania sobre as Malvinas. Segundo ele, a expectativa é que prevaleçam "discussões sensatas" com Buenos Aires. O governo argentino negou ameaças de confronto armado na região.
"Quero deixar claro que nossas ações serão diplomáticas, de reivindicações, de protestos, mas de maneira alguma pensando em uma possibilidade de confronto com a Grã-Bretanha", afirmou Brown.
O assunto deverá ser tema também das reuniões do Grupo do Rio, que ocorrerão de domingo (21) a terça-feira (23), em Cancún, no México.
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