Uma missão humanitária partiu para a selva colombiana na quinta-feira para recuperar os restos mortais de um policial sequestrado pela guerrilha das Farc e que morreu no cativeiro. Com isso, a família quer encerrar um drama que se arrasta há anos.

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A missão humanitária liderada pela senadora do Partido Liberal, Piedad Córdoba, partiu em um helicóptero providenciado pelo Brasil desde o aeroporto de Villavicencio, capital do departamento do Meta, 70 quilômetros a sudeste de Bogotá, e espera retornar em cerca de quatro horas com os restos mortais do tenente-coronel Julián Ernesto Guevara.

As forças militares colombianas suspenderam suas operações por 36 horas em uma região do sudoeste do país para facilitar a missão humanitária, que está sendo realizada após as libertações do sargento Pablo Emilio Moncayo, na terça-feira, e do soldado Josué Daniel Calvo, no domingo passado. Os dois eram reféns das Farc.

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O oficial Guevara foi sequestrado pelas Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), de esquerda, em novembro de 1998, durante um ataque à cidade de Mitú, capital do departamento do Vaupés, na selva colombiana.

O grupo guerrilheiro, o maior que combate no país sul-americano, informou que Guevara morreu "de uma doença estranha" em janeiro de 2006, e desde então sua mãe, Emperatriz de Guevara, vem suplicando a devolução dos restos mortais de seu filho para fazer seu sepultamento cristão.

"Eu penso que não encerramos o ciclo, e sim que o abrimos. Espero, com a vontade de Deus, ter a força moral de que preciso para dar isto por encerrado no menor tempo possível, embora um filho nunca seja esquecido", disse a mãe, com lágrimas nos olhos, ao chegar a Villavicencio na noite de quarta-feira.

"Passamos quase 12 anos esperando, e apagar a memória de meu filho é muito complicado. Espero seguir adiante com a ajuda de Deus, que tem sido meu apoio durante toda a vida."

Quando a missão retornar, a mãe do policial morto terá um espaço para reunir-se com outros familiares diante dos restos mortais, que então serão entregues ao Instituto de Ciências Forenses para que seja feito um exame de DNA para comprovar que realmente pertencem ao oficial.

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