O Exército Irlandês de Libertação Nacional (Inla, pelas iniciais em inglês) renunciou oficialmente à violência neste domingo (11) e informou que planeja entregar suas armas.
Sob a condição de anonimato, dois oficiais - um do grupo paramilitar proscrito e outro de uma facção política marxista - disseram que o Inla, uma dissidência do Exército Republicano Irlandês (Ira, também pela sigla em inglês) vai cumprir estes compromissos 11 anos depois da declaração de um frágil cessar-fogo.
Os oficiais negaram que o anúncio tivesse sido feito para coincidir com a visita da secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, ao Reino Unido e à Irlanda.
O prazo para os membros do Inla entregarem suas armas e explosivos com impunidade está se esgotando. O Reino Unido e a Irlanda planejam encerrar em breve a anistia dos últimos 12 anos para aqueles que entregam armas.
Oficiais britânicos e irlandeses receberam a renúncia da violência com ceticismo, devido à percepção de que o Inla é nada mais que uma aliança de gangues pequenas com uma tendência a brigar entre si pelo controle de atividades ilícitas.
O braço político do IRA, o Sinn Fein, também manifestou dúvidas de que a renúncia do Inla representasse um verdadeiro compromisso com a paz. "No entanto, é algo bem-vindo se for seguido pelos esforços necessários," disse o líder do Sinn Fein Gerry Adams.
O Inla matou mais de 110 pessoas desde a sua fundação, em 1974, até o cessar-fogo, em 1998.
Recentemente, a violência na Irlanda do Norte ameaçou ressurgir quando dois soldados britânicos e um policial foram mortos em março pelos grupos Ira Autêntico e Ira Continuidade.
Antes de partir de Londres para Dublin e Belfast no domingo, Hillary Clinton disse que os responsáveis pela escalada recente da violência na Irlanda do Norte representam o passado. "Para mim, terrorismo é sempre terrorismo. Aqueles que tentam acabar com a paz das pessoas continuam vivendo no passado," disse Hillary.
"É essencial que o processo que começou com o Acordo da Sexta-Feira Santa vá até o fim," completou.
O acordo de paz da Sexta-Feira Santa acabou com a maior parte da violência política na região, que matou pelo menos 3.500 pessoas nos últimos tempos.