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Divergências internas na França sobre a política de imigração e de segurança do governo do presidente Nicolas Sarkozy aumentaram nesta semana a possibilidade de queda do premiê francês, François Fillon. Nos últimos cinco dias, diversos membros do governo, entre os quais o premiê, demonstraram, em público, insatisfação com o fechamento de campos e a expulsão de ciganos do país.

Ministros como Bernard Kouchner, das Relações Exteriores, Hervé Morin, da Defesa, e Fadela Amara, de Políticas Urbanas, também estão em posição de risco depois de discordarem do presidente. A crise no governo reflete a insatisfação de setores da União por um Movimento Popular (UMP), partido de Sarkozy, com a guinada à extrema direita feita pelo governo em julho. Nesta semana, a tensão chegou ao ápice.

Na terça-feira, Fillon demonstrou insatisfação - depois voltou atrás - com o programa de "segurança" do governo. Sarkozy propõe entre outras medidas, a retirada de nacionalidade de "franceses de origem estrangeira" que tenham cometido agressões contra policiais. O ministro do Interior, Brice Hortefeux, chegou a declarar que a criminalidade envolvendo romenos e ciganos aumentou 259% em um ano.

As divergências entre o presidente francês e seus ministros devem aprofundar a reforma ministerial preparada por Sarkozy para as próximas semanas. As reformas devem marcar o fim da "abertura política" do governo às personalidades de esquerda. Com isso, aumenta a probabilidade de demissão de Fillon, a primeira de um primeiro-ministro em cinco anos na França. O detalhe curioso é que, hoje, Fillon é mais popular do que Sarkozy em uma eventual corrida presidencial - as próximas eleições estão marcadas para 2012.

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