Chefe do departamento de salvaguardas da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) em coletiva de imprensa com o negociador nuclear do Irã Javad Vaeedi em Teerã em 2007.| Foto: REUTERS/Morteza Nikoubazl/Arquivo

A AIEA (agência nuclear da ONU) anunciou na quinta-feira que seu inspetor-chefe Olli Heinonen, responsável por investigações sobre os programas atômicos de Irã e Síria, deixará o cargo por razões pessoais, após quase 30 anos na organização.

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Heinonen, 63 anos, dirige o departamento de salvaguardas da Agência Internacional de Energia Atômica, encarregado de verificar se os países não estão usando seus programas nucleares para fins militares. Ele é o principal especialista em Irã na agência.

Foi esse finlandês que, em fevereiro de 2008, apresentou a diplomatas um relatório sobre o Irã indicando vínculos entre projetos de enriquecimento de urânio e desenvolvimento de mísseis e explosivos, sugerindo que o país havia tentado desenvolver armas nucleares. O Irã insiste no caráter pacífico das suas atividades.

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"Ele tem sido infatigável na sua busca pela verdade por trás do programa nuclear do Irã. Ele é um dos inspetores mais experientes e versados da agência", disse Mark Fitzpatrick, do Instituto Internacional de Estudos Estratégicos, em Londres.

"É claro que ele é só uma parte de um time de muitos bons inspetores, e o trabalho na agência no Irã não vai parar."

Heinonen, especialista na química dos materiais radiativos, entrou para a AIEA em 1983. A agência disse que seu cargo será preenchido em breve.

Diplomatas afirmam que Yukiya Amano, que assumiu em dezembro a direção da agência, já havia anunciado reservadamente que ocorreriam mudanças no primeiro escalão.

Heinonen, um técnico discreto e sisudo, dirigia o departamento de salvaguardas desde 2005, e era considerado o braço direito do antecessor de Amano, Mohamed El Baradei.

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"Com a minha saída, sei que deixo para trás uma ótima equipe de colegas do departamento, que irão continuar dando forte apoio ... ao sr. Amano e também ao meu sucessor", escreveu Heinonen num email a colegas, ao qual a Reuters teve acesso.