Um time de investigadores das Nações Unidas chegará à Síria nesta segunda-feira para apurar denúncias de que o governo tem usado armas químicas na guerra civil, afirmaram fontes da ONU a agências internacionais. De acordo com os informantes, sob condição de anonimato, eles chegaram no domingo em Beirute e seguem para Damasco na manhã de hoje.
No mês passado, a ONU anunciou que iria enviar a missão assim que o governo de Bashar al-Assad autorizasse sua entrada. Segundo os planos da Organização pela Proibição de Armas Químicas, seus especialistas devem ficar no país por duas semanas. A agência Efe identifica como líder da equipe o sueco Ake Sellström, que investigou o uso de armas químicas no Iraque para o órgão.
Em julho, Sellstrom e da chefe do Escritório da ONU para Assuntos de Desarmamento, Angela Kane, foram a Damasco e aparentemente conseguiram convencer o governo de Assad a permitir a entrada da equipe.
O grupo estava preparado para viajar à Síria desde abril. No entanto, o governo sírio se recusava a recebê-lo. Depois de meses de negociações e visitas de diplomatas a Damasco, Assad aceitou a entrada dos especialistas, mas limitou os locais que poderão ser vistoriados, de acordo com as fontes.
Um dos lugares que será visitado é Jan al-Asal, na província de Aleppo. Em março, 26 pessoas morreram vítimas de um suposto ataque químico no local. Governo e rebeldes trocam acusações sobre a responsabilidade do uso do armamento proibido, enquanto grupos civis levaram evidências para serem avaliadas em laboratórios na Europa.
A Síria é um dos sete países que assinou a Convenção sobre Armas Químicas, em 1997. De acordo com estimativas da ONU, mais de 100 mil pessoas morreram no país desde o início da guerra civil, em março de 2011, e cerca de sete milhões necessitam de ajuda humanitária para sobreviver.