A instabilidade política no Egito diminuiu o contrabando de alguns bens comerciais à Faixa de Gaza através dos túneis na fronteira, disse nesta quinta-feira um contrabandista palestino.
Lojas na península do Sinai, no norte do Egito, que vendem produtos como geladeiras, máquinas de lavar e computadores para Gaza, ficaram com seus estoques esgotados devido à interrupção do fornecimento vindo do Cairo e de outras cidades, disse Abu Mahmoud, um contrabandista de Gaza.
A rede de túneis tem ajudado os palestinos em Gaza a furar o bloqueio comercial imposto por Israel, que também inclui o Egito.
"A não ser que a estabilidade seja restaurada no Egito, temo que (a passagem de) bens será suspensa completamente e o comércio através dos túneis morrerá em talvez uma semana", disse.
Combustíveis e materiais de construção, segundo Abu Mahmoud, continuam chegando à Faixa de Gaza através das passagens subterrâneas, mas em quantidades limitadas e a preços mais altos desde o início dos protestos, no mês passado, contra o governo de 30 anos do presidente egípcio, Hosni Mubarak.
Os donos de supermercado em Gaza disseram que não houve aumento significativo nos preços dos alimentos básicos, como farinha e açúcar, pois esses não provêm do Egito.
Não ficou claro, no entanto, se o tumulto no Egito afetou o contrabando de armas à Faixa de Gaza. O território é controlado pelo Hamas, que se opõe aos esforços apoiados pelo Ocidente por um acordo de paz entre israelenses e palestinos.
Abu Mahmoud disse que os ataques aéreos israelenses contra túneis e os altos preços cobrados por comerciantes egípcios para alguns itens, como cimento, levaram muitos negócios de Gaza a diminuírem suas encomendas nos últimos anos.
Segundo Abu Mahmoud, apenas alguns poucos dos 250 túneis que operavam antes da instabilidade no Egito, no mês passado, ainda estão abertos.
"Os túneis estão clinicamente mortos", afirmou. "Trabalhadores e donos dos túneis vêm para a área para conversar e tomar chá e fumar cigarros."
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