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A primeira eutanásia da história da Colômbia sem a paciente estar em quadro terminal foi cancelada. O Instituto Colombiano del Dolor (Incodol), centro de tratamento da dor de Medellín cuja equipe realizaria o procedimento no domingo (10) em Martha Sepúlveda, anunciou neste sábado (9) que não mais fará a eutanásia.
Em nota, o Incodol informou que, numa reunião realizada na sexta-feira (8), um comitê científico interdisciplinar do instituto concluiu que o quadro de Sepúlveda “não cumpre o critério de terminalidade como havia sido considerado no primeiro comitê”.
A mulher de 51 anos sofre de esclerose lateral amiotrófica há três anos e sente dores intensas e dificuldade de caminhar. A eutanásia é legal na Colômbia desde 1997, mas o procedimento foi regulamentado em 2015, quando hospitais começaram a realizar o suicídio assistido no país. Desde então, 157 pessoas passaram pelo procedimento, que é feito com uma injeção letal, 26 delas no ano de 2021, segundo o El Comercio.
Mas todas elas era pacientes com doenças em estado terminal. Martha Sepúlveda seria a primeira cidadã colombiana a passar pela eutanásia sem esse quadro.
A Corte Constitucional da Colômbia (equivalente ao Supremo Tribunal Federal), em 23 de julho, ampliou o direito para os pacientes que sofram de doença que cause intenso sofrimento por lesão corporal ou enfermidade grave incurável, e que possam oferecer seu consentimento livre e informado. Com essa decisão, a corte modificou um artigo do código penal que tratava o homicídio por piedade ou a eutanásia como um delito. Quatro dias depois, Martha pediu autorização para o procedimento, e teve o pedido aprovado.