Maduro em reunião de governo no último domingo (26)| Foto: ----/EFE

O Ministério das Relações Exteriores convocou nesta segunda-feira (27) o embaixador da Venezuela na Espanha, Mario Isea, para transmitir “a rejeição e o mal-estar” de Madri em relação aos “inaceitáveis insultos” ao chefe do governo espanhol, Mariano Rajoy, por parte do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, que o chamou de “sicário”.

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O embaixador foi recebido no Palácio de Santa Cruz, sede do Ministerio das Relações Exteriores, pelo diretor-geral para a região ibero-americana, Pablo Gómez de Olea, que lhe comunicou a firme rejeição e o mal-estar do governo com “as afirmações e os adjetivos injuriosos” de Maduro.

“O governo espanhol lamenta que o presidente da República Bolivariana da Venezuela recorra reiteradamente a afirmações desrespeitosas que em nada ajudam a melhorar a relação”, afirmou o Ministério das Relações Exteriores em comunicado.

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Na saída da reunião, que durou pouco mais de 15 minutos, o embaixador da Venezuela não quis responder as perguntas dos jornalistas e se limitou a dizer que não ia “declarar nada”.

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, criticou ontem em um discurso televisionado as medidas de ajuste econômico exigidas da Grécia por líderes europeus, e os chamou de “sicários”, citando nominalmente o presidente do Governo espanhol, Mariano Rajoy.

“Aí (na Grécia) vai acontecer algo. Outro sicário da Europa é Rajoy. São sicários; Rajoy é um sicário do povo”, disse Maduro.

Maduro se referiu a lei de Segurança Cidadã, aprovada na Espanha, dizendo que com ela Rajoy deu “uma punhalada à democracia” em nome de (ditador espanhol) Francisco Franco (1936-75).

A resposta da Espanha foi convocar o embaixador venezuelano, pela segunda vez nesta legislatura, para informar de sua rejeição e do mal-estar por estes novos insultos de Maduro a Rajoy.

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O departamento de José Manuel García-Margallo insiste na nota que publicou depois de se reunir com o embaixador venezuelano no desejo da Espanha de manter “relações construtivas” com a Venezuela.

“O governo da Espanha quer ressaltar mais uma vez seu desejo de manter com o governo da Venezuela relações construtivas, além de nossas diferenças, fundamentadas no diálogo e no respeito mútuo, desde os laços fraternais que unem nossos dois países e nossos povos”, afirmou o comunicado.

A última vez que a Espanha convocou o embaixador da Venezuela foi em 15 de abril, para transferir seu mal-estar pelos “insultos e ameaças” de Nicolás Maduro ao tachar Mariano Rajoy de “racista”.

O estopim dessa vez foi a aprovação no Congresso de uma resolução que pedia a libertação de Leopoldo López e Antonio Ledezma, opositores venezuelanos presos.

Do outro lado do Atlântico, o governo de Maduro convocou o embaixador espanhol em Caracas, Antonio Pérez-Hernández y Torra, para comunica-lo que realizaria uma “exaustiva revisão” das relações bilaterais.

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Apenas uma semana depois, em 22 de abril, a Espanha chamava seu embaixador em Caracas para consultas em sinal de protesto pela “escalada de insultos, calúnias e ameaças” de Maduro contra a Espanha e suas instituições.

Maduro tinha acusado o governo de “apoiar o terrorismo” na Venezuela e de fazer parte de uma “conjunta internacional” para derrubá-lo. Ainda acusou Rajoy de fazer parte de “um grupo de bandidos, de corruptos e de ladrões”.

A ligação para consultas é uma ferramenta de protesto diplomático que representa a retirada temporária do embaixador durante um período de tempo indeterminado, embora Pérez-Hernández y Torra tenha retornado no início de maio a Caracas.

As relações entre Espanha e Venezuela atravessaram uma série de desencontros desde que, em outubro, Lilian Tintori, esposa do opositor Leopoldo López, foi recebida por Rajoy, na qualidade de líder do PP

O embaixador foi recebido no Palácio de Santa Cruz, sede do Ministerio das Relações Exteriores, pelo diretor-geral para a região ibero-americana, Pablo Gómez de Olea, que lhe comunicou a firme rejeição e o mal-estar do governo pelas “afirmações e adjetivos injuriosos” de Maduro.

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