Os insurgentes líbios, que controlam o leste do país, a partir de Benghazi, nomearam nesta quarta Mahmoud Jabril como presidente do governo interino, informa a agência Ansa. Jabril terá a missão de "guiar uma administração com o dever de gerenciar os assuntos econômicos, sociais, de segurança e outros, da Cirenaica (leste) até a libertação da Líbia inteira", disse Saiwa El Daghili, membro do Conselho Nacional da Líbia e professor de direito constitucional.
Hoje, milhares de líbios fizeram uma manifestação nas ruas de Benghazi, mostrando apoio à zona de exclusão aérea imposta sobre o país. Homens, mulheres e crianças foram às ruas do bastião insurgente gritando "o povo quer a zona de exclusão aérea".
A passeata interrompeu a calma fora do comum que tomou conta de Benghazi nos últimos dias, com quase todas as lojas fechadas e poucas pessoas circulando pelas ruas durante o dia. Insurgentes, no fim de semana, combateram as tropas de Muamar Kadafi que estavam nas imediações de Benghazi e só foram contidas pelos ataques aéreos desfechados pelos Estados Unidos e seus aliados europeus.
Muitos manifestantes carregavam bandeiras da França e agradeceram o presidente francês, Nicolas Sarkozy, pela insistência do mandatário para que a zona de exclusão aérea fosse aprovada no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU).
"Nós pedimos mais ataques aéreos, que eles atinjam muito as forças de Kadafi", disse Awad Al-Zway, de 20 anos. Segundo ele, a manifestação de hoje também foi feita em solidariedade aos moradores de Misurata e Zintan, duas cidades no oeste líbio sitiadas pelas tropas de Kadafi.
Ataques
O Canadá realizou hoje seus primeiros ataques contra a Líbia. O major-general Tom Lawson, chefe-adjunto da Força Aérea, disse que quatro jatos CF-18, apoiados por duas aeronaves de abastecimento aéreo, conduziram dois ataques. O primeiro ocorreu durante a noite de ontem, perto de Misurata, a terceira maior cidade da Líbia, localizada a leste de Trípoli. Ele não tinha informações sobre a localização do segundo ataque ou que tipo de dano havia provocado.
Separadamente, o exército dos Estados Unidos disse hoje que não há indícios de que os ataques aéreos realizados pela coalizão internacional tenham ferido ou resultado na morte de civis. "Não há relatos de civis mortos ou feridos", disse o contra-almirante Gerard Hueber, chefe de pessoal do comando dos EUA na missão Líbia. As informações são da Associated Press e da Dow Jones.