Insurgentes mataram a tiros nove participantes de um casamento, incluindo o noivo, e feriram outros cinco no leste do Afeganistão, disseram autoridades locais nesta quinta-feira. Foi o mais recente ataque contra participantes de festas, que os militantes consideram ser uma atividade anti-islâmica.
Um porta-voz do governo da província de Nangarhar, Ahmadzia Abdulzai, disse que os convidados foram mortos enquanto dormiam, na noite de quarta-feira, depois da festa de casamento no distrito de Dur Baba, na fronteira com o Paquistão.
O noivo, seu pai e primos estão entre os mortos, afirmou o chefe do distrito, Haji Hamesha, acrescentando que outras vítimas eram parentes deles.
Eles estavam dormindo do lado de fora -- algo comum entre os afegãos durante os meses muito quentes do verão -- quando os atiradores abriram fogo, disse ele. Nenhum grupo assumiu de imediato a responsabilidade.
Os corpos dos nove mortos ficaram enrolados em lençóis brancos, sob o forte sol, antes de serem enterrados nesta quinta-feira, de acordo com fotos da Reuters. Dezenas de homens do vilarejo, muitos deles de barba e usando turbantes, se reuniram no local para rezar.
Um ano atrás, um ataque suicida matou pelo menos 40 pessoas, das quais dez eram crianças, numa festa de casamento no sul do Afeganistão. Embora o Taliban tenha negado responsabilidade pelo ataque, o grupo deixou claro que se opõe à música e à dança.
Durante seu regime austero, derrubado por forças afegãs apoiadas pelos EUA em 2001, o Taliban proibia a televisão e a música por considerá-las anti-islâmicas.
Na mesma província de Nangarhar, dois anos atrás, músicos afegãos foram tirados à força de uma festa, tiveram a cabeça raspada e foram amarrados a uma árvore, como punição. Par serem soltos, eles tiveram de jurar que iriam encontrar outros meios de subsistência.
A violência está aumentando no Afeganistão, no décimo ano de uma guerra cada vez mais impopular. Forças afegãs e estrangeiras, bem como autoridades, são frequentemente atingidos em ataques de insurgentes.
No mês passado o Taliban anunciou ter iniciado sua "ofensiva de primavera" e comandantes dos EUA disseram prever uma significativa onda de violência.
Apesar da presença de 150 mil soldados estrangeiros no Afeganistão, no ano passado a violência no país chegou a seu pior nível na guerra, com baixas recordes dos dois lados. Este ano segue a mesma tendência.
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