Uma das integrantes do grupo punk russo Pussy Riot, Yekaterina Samutsevich, considera sua recente libertação como uma vitória e luta por suas duas companheiras condenadas a dois anos de detenção por cantar uma "oração" contra Vladimir Putin em uma catedral, explicou em uma entrevista à AFP.
"Me sinto bem, mas estou cansada porque as pessoas não param de pedir que eu me pronuncie" sobre este assunto, disse na sexta-feira (19) Samutsevich, em Krasnogorsk, próximo a Moscou.
Samutsevich e as outras duas integrantes do grupo, Nadejda Tolokonikova e Maria Alejina, foram condenadas no dia 17 de agosto a dois anos de prisão por causa de uma "oração punk" contra Putin cantada em fevereiro na Catedral do Cristo Salvador de Moscou, uma pena muito criticada pelos países ocidentais.
No julgamento de apelação, no dia 10 de outubro, Samutsevich escolheu uma nova advogada que alegou que sua cliente não pode ter participado da "oração" já que foi detida uns quinze segundos depois de chegar à igreja com sua guitarra. Esse argumento permitiu que ela fosse libertada, já que o tribunal transformou sua pena de dois anos de prisão em condicional.
Yekaterina Samutsevich nega que suas colegas, que tiveram suas condenações confirmadas, sintam inveja ou tenham cortado o contato com ela.
"Como entendemos tudo isso como grupo, ou seja, as três, é uma vitória. Pelo menos uma de nós foi libertada, ainda que com uma pena condicional", afirmou.
"Vamos lutar, é claro, para que Macha e Nadia também sejam libertadas", acrescentou. "Vamos mostrar inteligência e lutar com métodos legais".
Samutsevich acredita que as Pussy Riot continuarão com suas ações, mas, talvez sem ela em primeiro plano, por medo de perder sua condicional no caso de uma nova infração.
"Gostaria de participar, mas tenho que ser prudente. Estar ativa no grupo não significa apenas participar em todos os atos", afirmou.
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