O governo do estado de Borno, no norte da Nigéria, confirmaram nesta quarta-feira (11) o sequestro de cerca de 20 mulheres por um grupo de homem armados, supostamente formado por integrantes da milícia radical islâmica Boko Haram.
O fato ocorreu na quinta-feira (4) passada em um assentamento do estado de Borno - reduto político e operacional do Boko Haram -, próximo a Chibok, onde mais de 200 garotas foram sequestradas pelo grupo terrorista no dia 14 de abril.
"As mulheres foram sequestradas na quinta-feira passada em um assentamento da etnia fulani e levadas pela mesma rota pela que as meninas sequestradas anteriormente foram levadas", explicaram fontes do governo de Borno à Agência Efe.
Além disso, o governo estadual se disse "surpreendido" com o fato dos fundamentalistas terem atacado novamente a região, já que, agora, há uma "grande presença de segurança militar".
De acordo com o jornal local "Leadership", o sequestro ocorreu no momento em que um grupo de homens armados invadiu o assentamento e obrigaram as mulheres a entrar em várias caminhonetes.
"As mulheres foram levadas no momento em que não havia nenhum homem. Os únicos três jovens que estavam lá não puderam ajudá-las", relatou um vigilante local ao jornal citado.
Os três jovens, explicou, também foram obrigados a entrar nas caminhonetes e seguem retidos pelos assaltantes.
"Fomos avisados três horas depois. Tentamos ir atrás deles, mas os veículos que temos não podem ir muito longe, e o aviso chegou tarde demais", relatou o vigilante.
Apesar de nenhum grupo ter reivindicado a ação até o momento, as autoridades, devido às características do sequestro, suspeitam da seita Boko Haram, que ainda mantém parte das 200 meninas sequestradas em meados de abril.
No final de maio, o presidente da Nigéria, Goodluck Jonathan, prometeu uma "guerra total" contra o grupo terrorista, que, além de ter sequestrado as jovens, perpetra ataques quase diariamente no norte do país africano.
Apesar de Borno ser um dos três Estados em que o governo decretou estado de emergência, esta medida não conseguiu frear os ataques da milícia radical.
O grupo terrorista assassinou 12 mil pessoas e feriu outras 8 mil nos últimos cinco anos, segundo o presidente nigeriano.
Boko Haram, que significa "a educação não islâmica é pecado" em línguas locais, luta para impor um Estado islâmico na Nigéria, país de maioria muçulmana no norte e predominantemente cristã no sul.
Desde 2009, quando a polícia nigeriana matou o então líder do Boko Haram, Mohammed Yousef, os radicais mantêm uma sangrenta campanha de violência, a qual se intensificou nos últimos meses.
Com uns 170 milhões de habitantes integrados em mais de 200 grupos tribais, a Nigéria, o país mais povoado da África, sofre múltiplas tensões por suas profundas diferenças políticas, religiosas e territoriais.
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