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"Um imenso Muro de Berlim está caindo" no mundo árabe, afirma o escritor e intelectual marroquino Tahar Ben Jelloun, quem manifesta seu "medo" diante do futuro porque, diz, é "mais fácil rebelar-se do que criar um Estado democrático".

O positivo é que "nada voltará a ser como antes", afirma Ben Jelloun em entrevista por telefone à Agência Efe por ocasião da publicação em espanhol de seu ensaio "La primavera arabe" e do romance "El retorno", sobre os quais falará na próxima quarta-feira na Casa Árabe de Madri.

Com o subtítulo de "El despertar da dignidad", o breve ensaio de Ben Jelloun sobre "a primavera árabe", de 150 páginas, sustenta que os movimentos "históricos" e "espontâneos" de protesto contra o autoritarismo geraram uma onda de choque de grande alcance e já nada os deterá.

Um impacto cujas ondas se estenderam, garante, até a Índia e a China, e, por diferentes razões, inclusive à Espanha, com o movimento conhecido como "os indignados" de 15-M (uma referência a 15 de maio de 2011).

De fato, Ben Jelloun, radicado na França em 1971, não exclui revoltas na Europa, mas lá contra a "ditadura do dinheiro, das finanças".

Após a "alegria" e o "entusiasmo" inicial gerados "pela primavera árabe" chegou o "medo" diante do futuro "incerto", continua o autor considerado um dos intelectuais de maior projeção do mundo árabe.

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