As agências de inteligência dos Estados Unidos chegaram à conclusão de que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, se sente enganado por seus assessores, uma vez que estão lhe repassando "informação errônea" sobre a evolução da guerra na Ucrânia e o efeito das sanções sobre a economia russa.
"Temos informações de que Putin se sentiu enganado pelas Forças Armadas russas, o que resultou em tensão persistente entre Putin e sua liderança militar", disse a diretora de comunicações da Casa Branca, Kate Bedingfield, em entrevista coletiva nesta quarta-feira (30).
Bedingfield explicou que a comunidade de inteligência dos EUA revelou informações sugerindo que Putin não sabia que seus militares estavam sofrendo pesadas perdas no campo de batalha.
"Acreditamos que Putin está recebendo informações erradas de seus assessores sobre o fraco desempenho das Forças Armadas russas e como a economia russa está sendo prejudicada por sanções. Seus principais conselheiros têm medo de lhe dizer a verdade", acrescentou a diretora de comunicações da Casa Branca.
Os Estados Unidos vêm divulgando informações públicas de seus serviços de inteligência sobre a Rússia e a Ucrânia antes mesmo do início da invasão russa em 24 de fevereiro.
Os EUA tomaram essa decisão antes da invasão porque estavam tentando deter Putin e, neste caso, o objetivo é mostrar que a guerra na Ucrânia foi um "erro estratégico que deixou a Rússia mais fraca no longo prazo e cada vez mais isolada no cenário mundial", destacou Bedingfield.
Em outra entrevista coletiva, o porta-voz do Departamento de Defesa, John Kirby, disse concordar com as conclusões das agências de inteligência, mas admitiu que os EUA "não têm acesso a todas as informações que foram dadas a Putin".
Kirby também reconheceu que está "um pouco desconfortável" com o fato de o líder russo não saber o que seus soldados estão fazendo na Ucrânia.
O porta-voz da Defesa americana ainda expressou seu temor de que essa situação afete as negociações que vêm ocorrendo entre a Rússia e a Ucrânia para aproximar suas posições e alcançar um cessar-fogo.
"Se (Putin) não estiver totalmente informado, como seus negociadores vão chegar a um acordo duradouro? Um acordo que, claro, respeite a soberania da Ucrânia. E outro problema é que você não sabe como um líder vai reagir quando receber más notícias. Então, sim, é preocupante", opinou Kirby.
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