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Atualizado em 02/02/2007, às 19h19

Relatório do Conselho Nacional de Inteligência dos EUA, que teve alguns trechos divulgados nesta nesta sexta-feira, traça um quadro sombrio do Iraque. Segundo o documento de 90 páginas, que será enviado ao Congresso dos EUA, a violência sectária já supera a ameaça da Al-Qaeda e o termo "guerra civil' já não captura adequadamente a complexidade do conflito no país árabe.

De acordo com o documento entitulado "Estimativas Nacionais de Inteligência", e que foi elaborado a partir de dados de várias agências de inteligência, a situação no Iraque vai se agravar se não houver "esforços", o que corrobora o envio de mais tropas ao país, proposta defendida pelo presidente George W. Bush e que vem recebendo muitas críticas dentro e fora dos EUA.

"O termo 'guerra civil' não captura adequadamente a complexidade do conflito no Iraque; não obstante, o termo 'guerra civil' descreve acuradamente os elementos-chave do conflito iraquiano'', diz o relatório.

Para a maioria dos analistas, o reforço ao contingente prévio de 130 mil militares é a última oportunidade possível de evitar uma guerra civil plena entre xiitas e sunitas. Ainda segundo o relatório, as possíveis consequências de uma rápida retirada das forças dos EUA do país seriam desastrosas.

"Haveria muitíssimas vítimas civis; países vizinhos, incluindo a Turquia, interviriam; o governo dificilmente sobreviveria como instituição não-sectária e a Al-Qaeda usaria partes do Iraque para planejar ataques dentro e fora do país", prevêem os especialistas.

Se depender de George W. Bush, os analistas que elaboraram o texto não tem com o que se preocupar. Segundo uma fonte do governo americano, o presidente pretende pedir ao Congresso US$ 99,7 bilhões para as guerras do Iraque e do Afeganistão para o restante do ano fiscal de 2007, e um valor ainda maior para o ano fiscal de 2008.

O pedido para 2008 vai totalizar US$ 141 bilhões para os gastos do Departamento de Defesa. Haverá também fundos adicionais para o Iraque solicitados junto ao Deprtamento de Estado e outros orçamentos, elevando o total para o próximo ano para até US$ 145,2 bilhões, disse a autoridade, que falou sob condição de anonimato à Reuters.

O governo dos EUA evita sistematicamente o termo "guerra civil'', temendo que isso incentive os já insistentes pedidos para que o presidente George W. Bush retire as tropas do Iraque, ao invés de enviar mais 21,5 mil soldados, como pretende fazer. Dezenas de milhares de iraquianos e mais de 3 mil soldados dos EUA já morreram em quase quatro anos da ocupação que derrubou o regime de Saddam Hussein.

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