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O ex-chefe da política de defesa dos Estados Unidos Douglas Feith preparou e emitiu informações ''duvidosas'' de inteligência que foram usadas para apoiar os argumentos do governo Bush para a invasão do Iraque, diz relatório que será divulgado nesta sexta-feira por uma agência que monitora o Pentágono.

A conclusão do gabinete de Feith de que havia um ''relacionamento maduro simbiótico'' entre o Iraque e a Al Qaeda não era consistente com a visão da comunidade de inteligência dos EUA, de acordo com trechos do relatório do inspetor geral do Pentágono divulgado pelo senador Carl Levin, presidente do Comitê de Serviços Armados do Senado.

"Uma avaliação alternativa de inteligência foi estabelecida no gabinete do subsecretário de política Doug Feith...que estava pré-disposta e encontrar uma relacionamento significativo entre o Iraque e a Al-Qaeda. Sua equipe conduziu então sua própria revisão de relatórios de inteligência, incluindo relatórios de qualidade e confiança duvidosas'', diz o relatório.

"Eles chegaram a uma interpretação 'alternativa' sobre o relacionamento Iraque-Al-Qaeda que era muito mais forte do que a avaliação da comunidade de inteligência e mais de acordo com as visões políticas de autoridades do alto escalão do governo'', conclui o relatório.

Um sumário do relatório será publicado nesta sexta-feira, quando o comitê de Levin resumirá suas conclusões.

As principais autoridades do governo Bush citaram a alegada ligação entre o Iraque e a Al Qaeda como justificativa para a invasão do Iraque liderada pelos EUA em 2003.

A comissão bipartidária que investigou os ataques de 11 de setembro de 2001 nos EUA disse depois em relatório que não exisita relação de colaboração entre Iraque e Al-Qaeda.

Levin disse que o relatório do inspetor geral dá apoio à sua própria conclusão de que quando estava sob comando de Feith, que defendia a derrubada de Saddam Hussein, usou informação de inteligência para sugerir que havia ligação entre o Iraque e militantes da Al-Qaeda.

"Estas atividades apoiaram a defesa errada do governo Bush para a guerra contra o Iraque'', disse Levin em comunicado.

"Autoridades do governo, incluindo o vice-presidente Cheney, fizeram diversas declarações públicas que refletiam estas visões da análise alternativa de Feith, que eram diferentes da análise e julgamentos da comunidade e inteligência'', emendou Levin.

O relatório informa que o escritório de Feith não fez nada ilegal ou não-autorizado, mas que algumas de suas atividades foram "inapropriadas'', disseram duas autoridades do setor de defesa dos EUA.

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