Manuel Rosales concede entrevista em Lima, no Peru| Foto: Mariana Bazo/Reuters

A Interpol emitiu um "alerta internacional" de captura de Manuel Rosales, prefeito de Maracaibo e um dos principais líderes opositores ao presidente Hugo Chávez, afirmou nesta quinta-feira (23) um chefe de polícia venezuelano.

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Também nesta quinta informou-se a existência de uma ordem de captura contra o ex-governador Eduardo Manuitt, dissidente do governo acusado de corrupção em um processo vinculado com o caso de Rosales.

Em Lima, onde se encontra em busca de asilo político, Rosales disse ao diário peruano El Comercio que buscavam prendê-lo na Venezuela, para em seguida assassiná-lo na prisão.

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O diretor da polícia judicial de Caracas, comissário Wilmer Flores Trosel, disse em entrevista coletiva que "a Polícia Internacional (Interpol) "já tem um alerta internacional" para a detenção de Rosales, emitida por um tribunal local na quarta-feira (22).

Trosel disse que o ex-candidato presidencial está sendo requerido pela justiça venezuelana, que pretende processá-lo. Um tribunal da Venezuela emitiu na quarta-feira o mandado de prisão contra Rosales, alegando que a justiça local busca processá-lo.

Rosales é acusado de "enriquecimento ilícito" quando era governador de Zulia. O líder opositor emitiu na quarta-feira, de Lima, uma mensagem televisionada, na qual reiterou sofrer perseguição política. A aparição na televisão foi a primeira pública do político desde março, quando ele passou à clandestinidade na Venezuela.

O advogado peruano de Rosales, Javier Valle-Riestra, apresentou na terça-feira um pedido de asilo político ao governo do Peru.

O líder oposicionista venezuelano Manuel Rosales disse que saiu de seu país por estar convencido de que queriam enviá-lo para a prisão, para depois matá-lo.

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Rosales chegou a Peru em 4 de abril em busca de asilo político e formalizou o pedido na terça-feira.

"Vivi nos últimos dias na Venezuela uma situação perigosa e muito delicada, a propósito de uma caçada que se desatou contra mim, por razões eminentemente políticas", afirmou ele ao jornal. O jornalista que o entrevistou foi levado ao encontro de Rosales em um local do distrito de Barranco, na capital Lima.

O ex-candidato presidencial assinalou que suportava um cerco policial "muito forte", sem que existisse uma ordem formal de prisão, o que o levou a suspeitar de que "poderia haver algo mal". Rosales relatou que na última segunda-feira, estava com uma audiência de seu processo marcado, quando recebeu uma sentença contra ele, já preparada.

"Me prenderiam, enviariam para uma prisão que se chama La Planta, que tem condições desumanas", afirmou. "Queriam me encarcerar simplesmente para que me matassem...saio da Venezuela para proteger minha integridade física, porque podiam me matar e depois dizer que me enfrentei com eles (presos)", disse.

O prefeito contou que era permanentemente seguido por grupos de policiais, apoiados "pelos cubanos que sempre andam com essas forças". Em 27 de março, quando concedeu entrevista ao canal Globovisión, a polícia política e a militar cercaram o local, relatou.

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Rosales disse que conseguiu escapar, despistando os agentes, e decidiu se esconder em uma das casas da família. "Então com meus companheiros políticos decidimos que eu saísse do país, porque o cerco era muito forte", afirmou.

Na quarta, um tribunal venezuelano pediu à polícia local e à Interpol que prendessem Rosales por "não possuir vontade de se submeter ao processo contra ele".

Rosales disse que os aproximadamente US$ 23 mil alvos da investigação são rendimentos obtidos em sua atividade no setor agropecuário. Ele também afirmou que pagou todos os impostos previstos.

O oposicionista disse ainda que o fato de ter deixado a Venezuela não o anula politicamente, pois ele possui um grande apoio no país. Ele evitou falar de política, após na véspera receber uma reprimenda do ministro das Relações Exteriores peruano, José Antonio García Belaúnde, após dirigir uma mensagem aos venezuelanos qualificando Chávez como "ditadorzinho" e "covarde".

García Belaúnde disse que nenhum estrangeiro deveria usar o Peru como "plataforma política", porque além disso essa atitude contradiz os princípios do direito de asilo. O ministro adiantou que provavelmente em duas semanas o Peru deve ter uma resposta ao pedido de asilo de Rosales. As informações são da Associated Press.

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