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Sting: sem dom para as rimas | Arquivo Gazeta do Povo
Sting: sem dom para as rimas| Foto: Arquivo Gazeta do Povo

A Interpol (polícia internacional) recebeu cerca de 200 mensagens no período de 12 horas relacionadas a um pedófilo que disponibilizou na web suas fotos abusando de crianças. Nesta segunda-feira (8), a divisão francesa da Interpol divulgou fotos do homem -- que ainda não teve sua identidade revelada -- e fez um apelo para que os internautas ajudassem na identificação do criminoso.

Para que a divulgação da foto fosse possível, especialistas usaram uma técnica de manipulação de imagens digitais. Isso porque o suspeito (ou um cúmplice dele) divulgou na web cerca de 200 imagens com seu rosto digitalmente alterado – as fotos eram tiradas enquanto ele abusava de crianças, que tinham a partir de seis anos. Só depois do uso de uma técnica não especificada, os especialistas conseguiram tornar algumas dessas imagens "identificáveis".

"Tivemos muitas respostas e elas vieram de todo o mundo. Algumas delas incluem informações detalhadas, como nomes e endereços", afirmou Anders Persson, sueco que trabalha na unidade de tráfico de pessoas da Interpol, à agência de notícias Associated Press. De acordo com Persson, esses dados serão encaminhados às autoridades locais, para que elas possam checar as informações.

"Durante anos, a imagem desse homem abusando das crianças circulou na internet. Tentamos de todas as maneiras identificá-lo e trazê-lo à Justiça, mas estamos convencidos de que sem a ajuda pública esse predador sexual continuaria a estuprar e abusar de crianças", afirmou em comunicado Ronald K. Noble, secretário geral da Interpol.

Segundo os policiais, o suspeito viajou o mundo para cometer crimes contra as crianças – há imagens feitas no Vietnã e também no Camboja. O pedófilo ganhou o apelido de "Vico", depois que as autoridades perceberam que as cerca de 200 fotos distorcidas, com pelo menos 12 jovens diferentes, mostravam o mesmo homem.

Técnica

Segundo a Interpol, a manipulação das imagens foi feita por policiais da Alemanha. A agência de notícias Associated Press entrou em contato com a organização (chamada Bundeskriminalamt), mas foi informada de que os detalhes sobre a técnica não seriam revelados. Isso porque as autoridades não querem "dar aos criminosos a oportunidade de se adaptar às tecnologias usadas".

A Associated Press afirma que a técnica não parece muito complicada. "Conseguimos produzir em questão de minutos uma imagem quase reconhecível a partir da foto alterada distribuída pela Interpol. Para isso, usamos softwares disponíveis no mercado para a edição de fotografias."

Persson explica que "novas técnicas são sempre desenvolvidas. O que é impossível hoje é possível amanhã". Segundo o funcionário da Interpol, o resultado da manipulação foi realmente muito bom. "As pessoas em sua vizinhança, familiares, colegas e amigos certamente vão reconhecê-lo".

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