"Oi, eu sou Thamsanqa Jantjie, do funeral do Nelson Mandela e, acredite em mim, eu sou um verdadeiro intérprete." É assim que começa o novo comercial da empresa israelense Live Lens, especializada em aplicativos de vídeos para internet.
A propaganda, disponível no YouTube, tem como estrela o falso intérprete que ficou conhecido quando não conseguiu fazer a tradução de sinais dos discursos durante o enterro do líder sul-africano. Na época, culpou problemas mentais pelo erros e se internou em uma clínica psiquiátrica.
No novo comercial, enquanto Jantjie pede desculpas pelos erros, uma voz feminina diz "eu, famoso, celebridade". "Eu falo linguagens de sinal, não!", diz ela em outro momento.
A propaganda, com pouco mais de um minuto, mostra o intérprete em cenas surreais. Ele dança, monta a cavalo e tem a cabeça cortada durante uma entrevista coletiva.
A Live Lens é uma empresa de aplicativos de internet que transmite vídeos ao vivo e recentemente conseguiu um investimento de US$ 2 milhões. Sua sede fica em Israel.
Em entrevista ao canal de tevê norte-americano NBC News, o diretor de marketing da empresa defendeu a contratação de Jantjie. "Nós decidimos que o cara que teve a pior apresentação ao vivo da história era a melhor pessoa [para fazer a propaganda]", disse Sefi Shaked.
Para filmar o comercial, a empresa teve de tirar Jantjie da clínica psiquiatria em que ele mora.
Para isso, segundo Shaked, a companhia contratou em fevereiro um jornalista que falava zulu para convencer o hospital a deixá-lo sair por um dia para resolver questões familiares. A propaganda foi filmada então em poucas horas.
Pelo Twitter, a Live Lens disse que decidiu dar ao sul-africano uma segunda chance. "Ele tem problemas mentais e cometeu um erro. Ele deveria ser banido para sempre?"
A empresa não revelou quanto pagou ao tradutor, mas no comercial Jantjie avisa: "agora eu faço campanhas por dinheiro".
Julgamento do Marco Civil da Internet e PL da IA colocam inovação em tecnologia em risco
Militares acusados de suposto golpe se movem no STF para tentar escapar de Moraes e da PF
Uma inelegibilidade bastante desproporcional
Quando a nostalgia vence a lacração: a volta do “pele-vermelha” à liga do futebol americano