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O presidente dos Estados Unidos Barack Obama trocou os pés pelas mãos ao confirmar, no último sábado, que comandará uma intervenção militar na Síria. Agora, para não arcar sozinho com as consequências do ataque, o líder transferiu a responsabilidade da decisão para o Congresso norte-americano. Essa é a opinião do cientista político Heni Ozi Cukier, professor de Relações Internacionais na Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM).

Para o acadêmico, um ataque ao governo do presidente sírio Bashar Assad terá custos financeiros e de popularidade com os quais Obama não pode arcar – especialmente depois dos escândalos de espionagem que correram o mundo nas últimas semanas. "Se os EUA falharem, a imagem do governo vai piorar muito. O grande problema [de Obama] foi não ter considerado que perderia apoio de países como o Reino Unido."

A intervenção militar na Síria foi anunciada depois que os Estados Unidos afirmaram que possuem provas de que Assad usou armas de destruição em massa em um ataque no dia 21 de agosto na região de Damasco.

Ataque iminente

O cientista político Gunther Rudzit, professor de Relações Internacionais das Faculdades Rio Branco, diz que o ataque dos EUA à Síria é iminente. "É bem difícil que os congressistas não aprovem a decisão do presidente. Só não sabemos quando isso vai ocorrer", comenta. No discurso em que anunciou a invasão, Obama não estabeleceu um prazo.

Após a intervenção, a escalada de violência do conflito vai depender da reação do governo de Assad. Se não retaliar, diz Rudzit, é possível que os militares norte-americanos auxiliem os rebeldes centralizando a defesa aérea síria como alvo.

"Se contra-atacar, podemos esperar a participação de Israel. O que pode gerar um conflito de escala nuclear se Assad reagir com armas químicas", salienta o professor. O primeiro ministro israelense Benjamin Netanyahu afirmou ontem que está pronto para se defender de qualquer cenário que se desenhe no país vizinho.

A decisão de Obama de atacar a Síria é vista pelos analistas como uma necessidade de manter a credibilidade do governo norte-americano, que afirmou que não iria tolerar o uso de armas químicas na síria. Caso não tomasse nenhuma iniciativa, os EUA colocariam sua liderança em xeque para países como o Irã e a Coreia do Norte.

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