A Comissária Nacional de Polícia da Suécia (à esquerda), Petra Lundh; o Ministro da Justiça da Suécia, Gunnar Strommer; o Ministro da Justiça da Dinamarca, Peter Hummelgaard; e o Comissário Nacional de Polícia da Dinamarca, Thorkild Fogde, em conferência de imprensa sobre esforços conjuntos contra a violência de gangues| Foto: EFE/EPA/THOMAS TRAASDAHL DENMARK OUT
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A Suécia enfrenta um grande desafio relacionado à segurança pública com o aumento do crime violentos nos últimos anos, chegando ao ponto de se tornar um dos países com a maior taxa de homicídios ligada a conflitos de gangues da Europa. E o que chama mais atenção nisso é que cada vez mais adolescentes são detidos pela polícia por envolvimento em infrações graves.

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As gangues estão recorrendo a menores de idade devido ao tempo reduzido de pena na justiça juvenil, em vez das sentenças longas - e até perpétuas - no sistema adulto comum, dependendo do crime cometido.

Uma das organizações criminosas mais violentas da Suécia, chamada Foxtrot, é conhecida por estimular uma onda de violência nas ruas do país, muitas vezes usando meninos de 13 a 16 anos para realizar crimes como atirar na porta de um rival, detonar explosivos e até mesmo cometer assassinatos por encomenda, em troca de roupas novas, dinheiro e drogas.

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No primeiro semestre deste ano, a imprensa sueca informou que o número de garotos menores de 15 anos detidos por envolvimento em assassinatos foi quase quatro vezes maior que no ano passado. Atualmente, o país contabiliza uma média de um tiroteio por dia para cada 10 milhões de habitantes e, em 2023, mais de 60 pessoas foram mortas por arma de fogo em 363 incidentes.

A crise de segurança no país europeu tem levado o governo a repensar a legislação penal, com destaque para a redução da idade em que crianças podem ser punidas por crimes - atualmente a maioridade penal é de 18 anos. 

Em setembro, o ministro da Justiça do país nórdico, Gunnar Strömmer, afirmou que reverter o aumento da violência de gangues e a cultura de recrutamento de crianças na Suécia levará pelo menos uma década.

Uma das iniciativas políticas do governo do primeiro-ministro Ulf Kristersson para combater a violência no país foi a de implementar as chamadas "zonas de segurança", que permite à polícia ter autonomia para revistar qualquer cidadão que passe por determinada área considerada perigosa, algo que normalmente não seria possível de ser feito a menos que suspeitem que o indivíduo esteja cometendo um crime.

Além da crescente ameaça interna, a situação crítica da Suécia tem ultrapassado as fronteiras e chegado a países vizinhos, que também elevaram sua atenção para a violência envolvendo menores de idade estrangeiros.

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Diante disso, Noruega, Finlândia e Dinamarca, países que foram afetados por criminosos suecos nos últimos anos, criaram um sistema de cooperação policial conjunto para conter essa criminalidade.

Segundo a agência Reuters, neste ano, 10 suecos - mais da metade deles menores - foram acusados ​​na Dinamarca de tentativa de homicídio ou porte de armas.

Na Noruega, essas redes criminosas já operam em todas as partes do país, atraídas pelos preços mais atrativos das drogas e baixa concorrência com outras gangues, segundo apontam investigações da polícia local.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]