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Autoridades da Líbia informaram nesta terça-feira (12) que o número de mortos devido às inundações causadas pela tempestade Daniel já supera os 2 mil. Esse número deve aumentar bastante nos próximos dias, visto que pelo menos outras 10 mil pessoas ainda estão desaparecidas.
Em Derna, localizada no leste do país, as autoridades que governam a parte oriental da Líbia estimaram que 25% da cidade foi destruída pela força das águas.
“Os corpos estão por toda parte: no mar, nos vales, sob os edifícios”, disse Hichem Abu Chkiouat, ministro da Aviação Civil na administração que controla o leste da Líbia, à agência Reuters.
A Líbia está mergulhada na instabilidade desde 2011, quando a derrubada do ditador Muammar Gaddafi acentuou disputas entre grupos políticos e militares no país africano, o que levou a uma guerra civil - hostilidades que agora geram dúvidas sobre a assistência aos atingidos pelas inundações.
O oeste da Líbia é governado pelo primeiro-ministro Abdul Hamid Dbeibah, tem sede em Trípoli e é reconhecido pela comunidade internacional. Já o leste, região atingida pelas inundações, é administrado pela Câmara dos Representantes, tem sede em Benghazi e está associado ao comandante militar Khalifa Hifter.
Segundo a Al Jazeera, as autoridades do leste pediram ajuda, mas o banco central da Líbia, encarregado da distribuição de recursos, reconhece apenas o governo do oeste.
Ainda assim, o movimento da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho informou que o governo de Trípoli enviaria assistência e comboios médicos para o leste. A gestão do oeste também pediu ajuda internacional para os atingidos pelas inundações.
Entre os países que prometeram ou enviaram ajuda, estão a Turquia e os Emirados Árabes Unidos. A dúvida que fica é se o desastre será capaz de unir lados separados há mais de uma década numa guerra fratricida.