A invasão do Iraque em 2003 por forças lideradas pelos EUA foi uma "decisão idiota" e, agora, os soldados iraquianos precisam lutar pelo controle de Bagdá a fim de salvar o futuro do país, disse na quinta-feira Adel Abdul Mahdi, vice-presidente iraquiano.
- O Iraque ficou sob ocupação, o que foi uma decisão idiota - afirmou Mahdi, no Fórum Econômico Mundial realizado em Davos.
Segundo o vice-presidente, o governo iraquiano pretende transferir para Bagdá soldados de regiões próximas. Mahdi disse ainda que cabia aos EUA decidir a "questão técnica" sobre se enviariam ou não mais soldados até a área.
Enquanto o reforço não chega, os insurgentes intensificam os ataques, principalmente em áreas lotadas. Nesta quinta-feira, um carro-bomba detonado em Bagdá matou pelo menos 20 pessoas. Outras mortes foram registradas em mais ataques no país ocupado.
O presidente americano, George W. Bush, pretende mandar outros 21.500 soldados ao Iraque, uma manobra muito criticada dentro de seu país.
Na quarta-feira, a Comissão de Relações Exteriores do Senado americano rejeitou a decisão, que deve ser submetida aos senadores na próxima semana. De toda forma, a decisão dos senadores, seja favorável ou contrária ao envio dos soldados, não tem poder de lei.
- Se conseguirmos vencer essa guerra em Bagdá, então acho que poderemos ter alguma chance de mudar o rumo dos fatos - disse Mahdi, diante de um painel que discutia a situação do Iraque. - Como iraquianos, acreditamos que é preciso colocar mais soldados (iraquianos) em Bagdá e estamos convocando alguns regimentos vindos de outras partes do país - acrescentou.
O partido de Mahdi, o poderoso Conselho Supremo para a Revolução Islâmica no Iraque, que é xiita, foi um dos grupos de oposição consultados pelos EUA enquanto planejavam a invasão do Iraque.
Mais caos?
Alguns especialistas se preocupam com a possibilidade de que, sem a presença dos militares dos EUA no Iraque, a violência sectária responsável por deixar um grande número de vítimas entre xiitas e sunitas saia de controle, provocando ainda mais mortes.
Adnan Pachachi, membro do Parlamento iraquiano e ex-presidente do órgão, afirmou que, se os EUA não puderem permanecer no Iraque, soldados de outros países teriam de ser enviados ao território iraquiano.
- Se, devido às pressões surgidas dentro dos EUA, os norte-americanos sentirem não ser mais possível continuar carregando esse fardo, então acho que teríamos de avaliar a possibilidade de recorrer à ONU (Organização das Nações Unidas) e de ter uma força internacional - afirmou Pachachi. - Essa seria, na realidade, uma opção a ser adotada em último caso, a fim de evitar que o país mergulhasse no caos total - emendou.
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