A taxa de participação no referendo para decidir a destituição do presidente da Romênia, Traian Basescu, foi de 45,92%, abrindo a via para uma invalidação deste escrutínio, segundo uma estimativa oficial do escritório eleitoral central, divulgada na noite deste domingo (29).
Segundo a lei, a participação deste referendo deveria superar os 50% dos inscritos para que seu resultado fosse validado pela corte constitucional.
Mais cedo, o presidente romeno suspenso, Traian Basescu, tinha declarado, no fechamento das seções eleitorais, que os romenos "rejeitaram o golpe de Estado" da maioria de centro-esquerda, ao não se apresentar em número suficiente para validar o referendo.
"Os romenos rejeitaram o golpe de Estado dos 256 parlamentares liderados por Victor Ponta (primeiro-ministro) e Crin Antonescu (presidente interino)", declarou Basescu da sede de seu QG de campanha, minutos depois do fechamento das seções eleitorais.
"Os romenos decidiram seu destino, invalidando o referendo", acrescentou, quando a taxa de participação era de 37,67% às 17H00 GMT (14h00 de Brasília), a três horas do fechamento das seções eleitorais.
O presidente interino, Crin Antonescu, afirmou que a maioria de centro-esquerda respeitará as decisões da Corte Constitucional, a quem cabe validar ou não o referendo.
"Agiremos com base no respeito a todas as instituições habilitadas, seja o Escritório Eleitoral central ou a Corte Constitucional", afirmou Antonescu assim que fecharam as seções eleitorais.
Os romenos votaram este domingo no referendo para decidir sobre a destituição do presidente de centro-direita.
O premier social-democrata, Victor Ponta, avaliou em uma declaração que seja qual for a taxa de participação final, nenhum homem político "pode ignorar a vontade" de milhões de votantes.
"Todo homem político que ignorar a vontade de milhões de votantes será cortado da realidade", disse Ponta, pondo em dúvida a "legitimidade" do adversário.
A sorte de Basescu, de 60 anos, no cargo há oito anos e agora suspenso, dependia sobretudo do índice de participação, pois o referendo só seria válido se mais da metade dos 18,3 milhões de eleitores convocados fossem às urnas.
Bruxelas observa com atenção o resultado da consulta, após ter criticado em meados de julho os métodos da União Social Liberal (USL, centro-esquerda) do premier Victor Ponta para facilitar a destituição do presidente.