A funcionária do hotel de Nova York que acusou de crimes sexuais o ex-diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI) Dominique Strauss-Kahn prestou falso testemunho ao grande júri. A camareira Nafissatou Diallo omitiu o fato de ter limpado outro quarto do hotel antes de procurar seu supervisor para fazer a acusação, segundo o documento apresentado ao tribunal pelos procuradores distritais de Manhattan, em Nova York. "A demandante admitiu que esse relato era falso e que, depois do incidente na suíte 2806, ela procedeu à limpeza de um quarto próximo e depois voltou à suíte 2806 e começou a limpar aquela suíte antes de relatar o incidente a seu supervisor", afirmam os procuradoras no documento.
Segundo a carta dos procuradores, reproduzida pelo jornal The New York Times, Diallo, natural da Guiné, admitiu ter mentido em seu pedido de asilo nos Estados Unidos e que suas declarações de que havia sido violentada por uma gangue em seu país também era falsa. Ela também teria admitido que mentiu ao declarar sua renda para obter qualificação para moradia subsidiada e que registrou falsamente como sua a criança de uma amiga, para aumentar suas restituições de imposto de renda.
Policiais citados pelo jornal também disseram que, em 15 de maio, um dia depois do suposto estupro, Diallo falou ao telefone com um homem que cumpre pena pela posse de 200 quilos de maconha. Nessa conversa - que foi gravada pelas autoridades -, ela e o detento discutem os possíveis benefícios de fazer acusações contra Strauss-Kahn. Segundo o jornal, esse presidiário é um dos indivíduos que teriam feito depósitos no total de US$ 100 mil na conta de Diallo ao longo dos últimos dois anos.
O caso obrigou Strauss-Kahn a renunciar ao cargo de diretor-gerente do FMI e abalou a possibilidade de ele concorrer à Presidência da França pelo Partido Socialista em 2012, contra o conservador Nicolas Sarkozy, que provavelmente tentará a reeleição. As revelações que levaram à soltura de Strauss-Kahn apareceram um dia depois de o FMI escolher Chrstine Lagarde, até então integrante do governo Sarkozy, para o comando da instituição.
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