Investigação conclui que Cambridge Analytica não interferiu no Brexit

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Uma investigação sobre a empresa de marketing Cambridge Analytica e o SCL Elections, grupo já dissolvido e ligado à primeira, não encontrou nenhuma evidência de que as organizações utilizaram indevidamente dados a fim de tentar influenciar o referendo do Brexit, em 2016, ou facilitar uma intervenção russa em processos políticos.

A investigação de três anos foi a maior do gênero conduzida pelo Gabinete da Comissária de Informação do Reino Unido (GCI, na sigla em português). Foram analisados 42 computadores, 700 terabytes de dados, 31 servidores e mais de 300 mil documentos.

Ao mesmo tempo, porém, Elizabeth Denham, à frente do GCI, ressaltou que a proteção de dados da Cambridge Analytica, que entrou em colapso em 2018, era negligente e “com pouca consideração quanto a medidas de segurança eficazes”.

As atividades da empresa, disse Denham, acabaram levantando preocupações profundas sobre a influência da tecnologia na política. Em comunicado enviado aos parlamentares do Reino Unido, a Comissária de Informação escreveu que, ainda que sem evidências de violações legais, as atividades da Cambridge Analytica “confirmaram minha conclusão anterior de que existem vulnerabilidades sistêmicas em nossos sistemas democráticos”.

“Todos os ex-funcionários da empresa tiveram suas reputações injustamente manchadas e essas descobertas trarão um certo conforto para eles enquanto seguem em frente com suas vidas”, disse à imprensa o antigo CEO da Cambridge Analytica, Alexander Tayler.