Londres A polícia britânica deu continuidade ontem às investigações sobre uma suposta rede de recrutamento de pessoas para a prática de atividades terroristas, depois da prisão de 14 homens em Londres.
Os suspeitos, com idades entre 17 e 48 anos, foram presos na capital britânica com base na lei antiterrorista de 2000, após "muitos meses" de vigilância, segundo a Scotland Yard.
Os indivíduos que em sua maioria são muçulmanos britânicos de origem paquistanesa estão no momento na delegacia de alta segurança de Paddington Green, no centro de Londres, onde os interrogatórios continuam.
Entre os detidos está o ex-porta-voz do clérigo radical Abu Hamza, atualmente preso no Reino Unido por incentivar assassinatos e incitar ao ódio racial, revelou ontem o jornal "News of the World".
O ex-porta-voz de Hamza, o clérigo radical Abu Abdullah, de 42 anos e cujo nome verdadeiro é Attila Ahmet, se autodenomina emir de um grupo radical chamado Partidários da Shariah (lei islâmica), fundado por seu antigo chefe.
Ontem, a Scotland Yard retomou a revista em uma escola islâmica no Condado de East Sussex, no sul da Inglaterra.
A instituição, segundo o "News of the World", supostamente abrigava um campo de treinamento da rede terrorista Al Qaeda no Reino Unido, aparentemente sem que seus responsáveis soubessem disso.
A vigilância se concentrou nos suspeitos que visitavam a escola, chamada Jameah Islameah.
A escola, que fica em um antigo convento de estilo vitoriano situado em um terreno de quase 22 hectares, permitia que muçulmanos utilizassem seus jardins durante os fins de semana, entre eles o próprio Abu Hamza e seus seguidores.
Abu Hamza supostamente utilizou esses terrenos para desenvolver campos de treinamento destinados a jovens muçulmanos, segundo o dominical "The Observer".
Até o momento, a polícia não deteve nenhum dos funcionários da instituição e destacou sua colaboração com a investigação.