A Junta Nacional de Segurança do Transporte (NTSB) dos Estados Unidos afirmou nesta quinta-feira (11) por meio de sua diretora, Deborah Hersman, que por enquanto não foram encontrados indícios de erros no piloto automático do voo 214 da Asiana Airlines, que sofreu um acidente no último sábado em San Francisco.
Hersman aproveitou esclarecer alguns comentários que fez ontem sobre o brilho de luz que o piloto disse ter visto aos comandantes do voo e que, segundo a declaração oferecida na quarta-feira, o cegou momentaneamente.
"Disse observar uma fonte brilhante de luz que poderia ser um reflexo do sol, mas não tinha certeza", declarou Hersman, que descartou que esse foco de luz fosse um laser.
"O brilho aconteceu justo na frente da trajetória do avião, não na pista de aterrissagem. (O piloto) afastou a vista momentaneamente e olhou a cabine de comando. Disse que não acredita que a luz afetou sua visão porque podia ver os instrumentos de controle do voo e a velocidade do aparelho", explicou.
O raio de luz teria surgido quando o aparelho se encontrava a cerca de 150 metros da pista, segundo o piloto. Nenhum dos outros dois pilotos que se encontravam dentro da cabine disseram ter visto esse reflexo.
Segundo Hersman, a Administração Federal de Aviação (FAA) revisou a empresa Asiana 134 vezes nos últimos 18 meses e a qualificou como "um operador silencioso sem problemas significativos".
Lee Hang-kook, o piloto encarregado da aterrissagem, que ainda estava no regime de pratica de pilotagem de um Boeing 777, disse aos investigadores que sabia que o aparelho estava voando baixo demais quando se aproximava da pista de aterrissagem e, por isso, tentou corrigir o rumo e abortá-la.
Para Lee Hang-kook era sua primeira vez aterrissando um Boeing 777 no aeroporto de San Francisco. Segundo as gravações registradas, Lee e seu instrutor não se comunicaram entre eles até dois segundos antes do choque.
Segundo Hersman, o avião voava a uma velocidade substancialmente inferior à programada para a aproximação à pista de aterrissagem, apesar de os pilotos terem tentado aplicar mais energia ao motor.
Kang-kook Lee tinha 43 horas de experiência em um Boeing 777 e mais de nove mil horas em outros modelos, inclusive Boeing 747, 737 e Airbus 320. Seu instrutor de voo era Lee Jung-min, com mais de 12 mil horas de experiência de voo, incluídas 3.220 em um 777.
A investigação do acidente segue em desenvolvimento e poderia durar até um ano, embora Hersman tenha ressaltado que o caso tem "máxima prioridade".
Duas pessoas morreram e dezenas ficaram feridas no último sábado depois que as rodas de aterrissagem e a parte traseira do avião bateram em um dique antes que o aparelho tocasse o solo do aeroporto de San Francisco.