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Cientistas alemães estavam trabalhando nesta segunda-feira para confirmar se uma fazenda produtora de verduras orgânicas era a fonte de um surto de bactéria E.coli que já matou 22 pessoas e espalhou o medo pela Europa.

O alívio na Alemanha pelo fato de investigadores terem identificado a possível fonte da bactéria assassina -- ironicamente em brotos de feijão consumidos por muitas pessoas como "alimento saudável" -- foi moderado por relatos sobre prejuízos crescentes de produtores e vendedores de verduras e legumes em toda a Europa, em função das três semanas de pânico.

Em Bruxelas, a Comissão Europeia anunciou que promoverá uma reunião especial de ministros da Agricultura da UE em Luxemburgo, na terça-feira. Uma fonte de UE disse à Reuters que os ministros discutirão ajuda financeira a produtores de frutas e verduras atingidos pela crise da E.coli.

O administrador da fazenda no norte da Alemanha que está no centro da investigação disse que não entende como ela pode ser a fonte de uma infecção que normalmente é transmitida pelas fezes ou por alimentos ou água contaminados por bactérias fecais.

Sabe-se que a cepa de E.coli produtora da toxina Shiga (Stec) encontrada neste surto pode viver nos intestinos de vacas.

"Não entendo como os processos que utilizamos aqui podem ter ligação com as acusações feitas", disse Klaus Verbeck ao jornal regional Neue Osnabruecker Zeitung.

"Os brotos para saladas são cultivados exclusivamente com sementes e água e não são fertilizados. E não usamos fertilizantes de origem animal em nenhuma outra área da fazenda, tampouco."

Cientistas dizem que a contaminação pode ter estado nas próprias sementes de feijão ou sobre elas, na água usada no cultivo dos brotos, ou ter vinda de um trabalhador que as tenha manuseado.

Fazendo fechada

Autoridades alemãs disseram no domingo que os brotos de feijão cultivados por Verbeck podem estar por trás de um surto de E.coli que já causou 22 mortes e levou mais de 2.300 pessoas a adoecer na Europa. A fazenda foi fechada, e foi feito um recall de sua produção.

"Temos indicativos claros de que a empresa... está à origem da infecção, mas precisamos aguardar a confirmação de exames de laboratório", disse à televisão alemã ARD o ministro da Saúde, Daniel Bahr.

Nem Verbeck, que é vegetariano, nem qualquer outra pessoa na fazenda se dispuseram a conversar na segunda-feira com jornalistas e equipes de televisão, incluindo a Reuters, diante da fazenda de Verbeck em Bienenbuettel, cidade de 6.600 habitantes situada 40 quilômetros ao sul de Hamburgo.

As autoridades alemãs, sob pressão intensa para identificar a origem do surto, vêm recomendando aos consumidores há semanas que evitem consumir tomates, pepinos e alfaces e, em dado momento, disseram que a origem do problema poderia estar em pepinos importados da Espanha. A cepa de E.coli até então desconhecida já matou 21 alemães e um sueco.

A emergência de saúde causou tensão entre Espanha e Alemanha, ambos membros da UE, e levou a Rússia a proibir as importações de frutas e legumes da UE.

Produtores espanhóis de hortifrutigranjeiros disseram que as vendas perdidas estão lhes custando 200 milhões de euros por semana, e as autoridades disseram que podem pedir indenização. A crise pode levar 70 mil pessoas a perder seus empregos na Espanha, que já tem o maior índice de desemprego da UE.

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