DAMASCO - Um investigador da ONU, cujas provas obtidas sobre o assassinato de um ex-primeiro ministro libanês levaram à prisão, pelo Líbano, de quatro generais sob a acusação de assassinato, visitará a Síria no dia 10 de setembro, disse uma fonte oficial neste sábado. A fonte, ligada ao Ministério do Exterior da Síria, disse que a data foi marcada em coordenação com o investigador da ONU Detlev Mehlis.
''O senhor Mehlis expressou sua felicidade com nossa resposta positiva e nossa cooperação'', disse a fonte.
Damasco tem dito que vai cooperar com o inquérito da ONU, conduzido por Mehlis, que quer interrogar autoridades sírias sobre o assassinato do ex-primeiro-ministro libanês Rafik al-Hariri, em 14 de fevereiro. As Nações Unidas já haviam reclamado que a Síria não estava cooperando totalmente com o inquérito que apura a morte de Hariri e de outras 20 pessoas num devastador ataque a bomba, em Beirute.
Autoridades da ONU ainda não haviam sido encontradas para comentar a informação e não estava certo ainda quem Mehlis encontraria em Damasco. Ele quer questionar autoridades sírias que já foram responsáveis pela segurança do Líbano, que era controlado por seu vizinho desde o fim da guerra civil (1975-1990), mas disse na última quinta-feira que ainda não havia suspeitos sírios no caso.
A morte de Hariri iniciou uma onda de grandes protestos contra a Síria, que forçaram Damasco ceder à pressão internacional e encerrar com os 29 anos de sua presença militar no Líbano em abril. Muitos libaneses acusam a Síria e seus aliados libaneses pelo assassinato, mas Damasco nega qualquer participação.
Um juiz libanês emitiu quatro mandados de prisão contra generais pró-Síria acusados de assassinato, tentativa de assassinato e terrorismo. Fontes ligadas à Justiça dizem que o juiz Elias Eid emitiu os mandados após interrogar os quatro homens detidos na terça-feira sob recomendação de Mehlis, que aponta a participação deles no planejamento do ataque. A expectativa é de que os advogados dos acusados peçam para eles responderem ao processo em liberdade mediante pagamento de fiança.
Os acusados lideravam as principais agências de segurança libanesas quando Hariri foi assassinado. Eid interrogou por três horas o chefe da Guarda Republicana, o general brigadeiro Mustafa Hamdan, um aliado próximo do presidente pró-Síria, Emile Lahoud.
Moraes eleva confusão de papéis ao ápice em investigação sobre suposto golpe
Indiciamento de Bolsonaro é novo teste para a democracia
Países da Europa estão se preparando para lidar com eventual avanço de Putin sobre o continente
Em rota contra Musk, Lula amplia laços com a China e fecha acordo com concorrente da Starlink
Deixe sua opinião