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Energia atômica

Irã aceita não enriquecer urânio

Sob painel com fotos de vítimas de atentado terrorista, membros da Guarda Revolucionária do Irã conduzem caixão com corpo de colega morto no ataque | Morteza Nikoubazl/Reuters
Sob painel com fotos de vítimas de atentado terrorista, membros da Guarda Revolucionária do Irã conduzem caixão com corpo de colega morto no ataque (Foto: Morteza Nikoubazl/Reuters)
Entenda como funciona o programa nuclear iraniano |

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Entenda como funciona o programa nuclear iraniano

Viena - O diretor-geral da Agência In­­­ter­­nacional de Energia Atômica (AIEA), o egípcio Mohamed ElBa­­radei, anunciou ontem ter chegado ao esboço de um acordo entre Irã e EUA, Rússia e França, segundo o qual Teerã abre mão de enriquecer urânio no país – o que, em te­­se, diminuiria os riscos de o país islâmico usar seu programa nu­­clear para produzir armas atômicas.

Embora a delegação iraniana tenha concordado com os termos da proposta, sua entrada em vi­­gor depende ainda da aprovação final por Washington, Paris, Mos­­­­cou e Teerã, o que deve ocorrer até amanhã.

O principal representante iraniano, Ali Ashgar Soltanieh, é considerado um técnico, sem condições de firmar compromissos políticos de alto nível. O diálogo é visto como a primeira tentativa séria de engajamento diplomático entre americanos e iranianos nos últimos 30 anos.

O acordo preliminar, fechado após três dias de negociações em Viena, prevê o envio de 75% das reservas de urânio de baixo enriquecimento do Irã para a Rússia (quase 1.200 quilos), no período de um ano, para que seja enriquecido e convertido em combustível para um reator usado para finalidades médicas em Teerã. Tecnica­­mente, a conversão do material radioativo na Rússia dificultaria seu uso militar.

A iniciativa conjunta tenta di­­minuir os temores de que o Irã de­­senvolva secretamente armas atô­­micas, apesar de o presidente iraniano Mohamed Ahmadinejad sempre ter afirmado que seu programa serve apenas para fins pa­­cíficos.

A preocupação norte-americana cresceu depois da revelação de uma usina atômica secreta na ci­­dade iraniana de Qom, no mês passado. Os serviços de inteligência dos Estados Unidos calculam que, no ritmo atual, Teerã poderia desenvolver armas atômicas dentro de até seis anos.

O tempo será crucial para que os EUA deem garantias suficientes a Israel de que a ameaça nuclear iraniana ficaria sob controle com o acordo.

Especialistas, porém, dizem que uma questão fundamental para o sucesso do acordo é a forma de envio do material nuclear iraniano ao exterior, o que não foi discutido em Viena.

Caso o Irã envie a quantidade prevista para a Rússia num carregamento único, Teerã ficaria sem a quantidade necessária para produzir uma arma atômica por apro­­ximadamente um ano. Mas, se o envio for feito em etapas, os iranianos poderiam repor a quantidade exportada no mesmo ritmo, possibilitando a produção de ar­­mas atômicas enquanto os termos do acordo são cumpridos.

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O Irã tem direito a enriquecer urânio com fins pacíficos?

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