O Irã acusou de espionagem três cidadãos norte-americanos detidos no país, informou nesta segunda-feira a agência oficial de notícias Irna, citando um promotor. Mas a secretária de Estado dos Estados Unidos, Hillary Clinton, disse que não havia evidências que comprovassem as acusações.
Os três suspeitos, Shane Bauer, de 27 anos, Sarah Shourd, de 31, e Josh Fattal, de 27, foram detidos depois de entrarem no Irã vindo do norte do Iraque no fim de julho. Seus familiares disseram que eles cruzaram a fronteira sem querer.
"Os três foram acusados de espionagem", disse o promotor geral de Teerã, Abbas Jafari Dolatabadi, à Irna. "As investigações sobre os três norte-americanos detidos continuam no Irã".
O caso surge em uma época de alta tensão entre o Irã e o Ocidente, envolvendo os planos nucleares de Teerã, e depois que autoridades iranianas acusaram as nações estrangeiras de instigarem os piores distúrbios no país em três décadas contra o resultado da eleição presidencial de junho.
Os Estados Unidos enviaram fortes mensagens ao Irã instando o governo a libertar os três viajantes e pedindo "compaixão" das autoridades pelos três norte-americanos.
"Acreditamos fortemente que não exista evidência para apoiar qualquer acusação", disse Hillary, em Berlim, nesta segunda-feira.
"E renovamos nosso pedido, em nome dos três jovens e de seus familiares, para que o governo iraniano exerça compaixão e liberte-os para que eles possam voltar para casa", acrescentou.
O presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, sugeriu em uma entrevista para a emissora de televisão norte-americana NBC, em setembro, que a libertação dos norte-americanos poderia estar relacionada à libertação de diplomatas iranianos que ele disse que foram detidos por soldados norte-americanos no Iraque.
Sob a sharia, a lei islâmica do Irã, espionagem é um crime punido com a morte.