A Arábia Saudita deseja agravar as tensões e os confrontos na região, afirmou nesta segunda-feira (4) o porta-voz da diplomacia iraniana, Hossein Jaber Ansari, em reação à decisão de Riad de romper as relações diplomáticas com Teerã.
A execução no sábado na Arábia Saudita do clérigo xiita saudita Nimr al-Nimr, muito crítico ao poder de Riad, provocou uma onda de tensão entre os dois países.
“A Arábia Saudita baseia sua existência na continuidade das tensões e dos enfrentamentos, e tenta resolver seus problemas internos exportando-os ao exterior”, disse Jaber Ansari.
A Arábia Saudita anunciou no domingo a ruptura das relações diplomáticas com o Irã. As autoridades “deram 48 horas aos funcionários da representação diplomática iraniana para abandonar o país”, anunciou o chefe da diplomacia saudita, Adel al-Jubeir.
Jaber Ansari disse que o Irã “respeita seus compromissos para proteger as representações diplomáticas, manter sua segurança e a de seus diplomatas”.
Mais cedo, o governo iraniano afirmou que a decisão da Arábia Saudita de romper relações com Teerã, não provocará o esquecimento do “grande erro” da execução do clérigo xiita, informou a agência Irna.
“Com a decisão de romper as relações, a Arábia Saudita não poderá provocar o esquecimento de seu grande erro de ter executado um líder religioso”, Nimr Baqer al-Nimr, afirmou Hossein Amir Abdolahian, vice-ministro iraniano das Relações Exteriores.
No domingo à noite, a polícia saudita foi alvo de disparos na cidade natal do clérigo xiita Nimr al-Nimr, executado no sábado por “terrorismo”, anunciou a agência oficial saudita SPA.
A agência, que cita um porta-voz da polícia na Província Oriental, afirmou que as forças de segurança estavam à procura dos autores das “ações terroristas”.